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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O apoio dos governadores do NE à Dilma

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publicado em 19/07/2015 às 11h15

Em drástica queda de aprovação até na porção geográfica em que o PT sempre liderou, a presidente Dilma está sendo compensada com o apoio irrestrito dos governadores nordestinos. Reunidos, sexta, em Teresina, no Piauí, os representantes dos nove estados da região manifestaram posição contrária ao impeachment.

A solidariedade não consiste em novidade. Desde o primeiro encontro na Paraíba, liderado pelo governador Ricardo Coutinho, os governadores já haviam repelido as teses ventiladas de afastamento da presidente, em nome da governabilidade e da recuperação da credibilidade do Brasil.

Voltaram a fazer o mesmo, com uma diferença; no momento em que a crise chega a níveis insuportáveis e a espada da operação Lava Jato se aproxima da cabeça da chefe da Nação. Os governadores sustentam que não será pela via da judicialização política que se avançará na democracia.

Politicamente, a defesa à Dilma não chega a surpreender. Todos os governadores nordestinos têm ficha de filiação a partidos da base aliada da presidente ou de legendas do mesmo campo “ideológico”: PSB (Paulo Câmara, Ricardo Coutinho e Belivaldo Chagas), PT (Rui Costa, Wellington Dias, Camilo Santana), PSD (Robinson Farias), PC do B (Flávio Dino) e PMDB (Renan Filho).

Porém, a histórica ligação, seja programática, seja de obrigação partidária, não tira o mérito e a dimensão da representação em favor da manutenção do mandato da presidente, enquanto nada se prova sobre seu envolvimento ou beneficiamento direto dos bilionários desvios da Petrobrás.

No instante em que a operação Lava Jato avança e a relação política do Planalto só piora em Brasília, a carta dos governadores do Nordeste chega em boa hora e dá certo alívio e fôlego à Dilma, acossada de todos os lados no Congresso e altamente fragilizada na avaliação popular.

Só uma perguntinha precisa ser feita, a esta altura: a contundente posição de solidariedade dos governadores está em sintonia com o sentimento da população de seus respectivos Estados? Encontra, neste instante eco, no povo nordestino?

Pé no…
“Acreditamos no País. Não há sentido essa propaganda de pessimismo que vem sendo difundida no Brasil”. Do governador do Piauí, Wellington Dias, porta-voz do grupo.

…Freio
“Não queremos ser precipitados e estamos num estado democrático de direito”. Do governador Paulo Câmara (PE), cujo partido (PSB) assumiu ‘independência crítica’.

Lição de casa
O vereador Raoni Mendes (PDT contesta o aumento de 3% da Prefeitura da Capital. “Isso não é reajuste e nem chega a ser recomposição. Cartaxo faltou às aulas e não sabe significado do que é aumento. Além do atraso, o gestor transformou a cidade no vexame, quando fala-se de gestão! Prometeu valorizar os funcionários e concede menos que a inflação e do que cidades do Interior”.

Um…
O governador Ricardo Coutinho aguarda entendimento entre as categorias em greve e a Reitoria da UEPB sobre a questão salarial, “dentro dos patamares possíveis da LRF”.

…Dois
Só depois disso, convidará todos os segmentos a buscar contribuir para que a UEPB encontre caminhos para melhorar sua estrutura de ensino, pesquisa e extensão.

…Três
Para Ricardo Coutinho, é fundamental que a paralisação seja resolvida e o impasse seja superado. E isso – na ótica do governo – deve envolver Comando de Greve e Reitoria.

Grandeza
No regresso à Assembleia, após 120 dias de licença, o deputado Ricardo Marcelo fez questão de cumprimentar o presidente Adriano Galdino (PSB), rival com que digladiou.

Pelas beiradas
Caladinho, o presidente do PPS, Nonato Bandeira, articula filiações de lideranças em cidades estratégicas. Oferece aos pretendentes uma mercadoria em falta: independência.

Pergunta-se
Até quando o PT paraibano, cuja gestão em João Pessoa é alvo de bombardeiros socialistas, insistirá na estratégia de esperar sair como vítima da guerra fria com o PSB?

PINGO QUENTE
“Ele é um chantageador e militante do atraso”.
Do deputado Anísio Maia (PT), para quem Eduardo Cunha, rompido com Dilma, finalmente “tirou a máscara”.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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