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Gêmeas siamesas da BA passam por cirurgia de separação em Goiânia

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publicado em 09/09/2015 às 09h38

As gêmeas siamesas Maria Clara e Maria Eduarda, de 4 meses, passam por cirurgia de separação na manhã desta quarta-feira (9), no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. Nascidas em Salvador, na Bahia, as meninas são unidas pelo abdômen e compartilham o fígado.

Liderada pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil, a equipe que participa da operação conta com cerca de 15 profissionais. Participam do procedimento anestesistas, ortopedistas, médicos intensivistas, cirurgiões plásticos, vasculares e pediátricos, enfermeiros e cardiologista. A previsão é de que o procedimento dure cinco horas.

Uma nova tecnologia adquirida pelo hospital é usada pela primeira vez pela equipe médica. “O aparelho controla durante a cirurgia o nível de consciência do paciente. É mais seguro”, disse Calil.

Os pais das gêmeas as trouxeram no início de julho para a capital goiana para que a cirurgia fosse viabilizada, já que o HMI é referência nesse tipo de procedimento. Foi constatado que Maria Eduarda possui hipertensão arterial, por isso, ela teve que passar por tratamento antes de ser separada da irmã.

A cirurgia chegou a ser marcada para 10 de agosto, mas teve de ser adiada devido ao risco de contaminação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica. A unidade foi liberada para internações em 21 de agosto.

As meninas voltaram a ser hospitalizadas em 24 de agosto para tratar uma infecção urinária em Maria Clara. Desde então, elas aguardavam a liberação de leitos de UTI Pediátrica para a realização do procedimento.

De acordo com Calil, a expectativa é boa para a cirurgia, mas a situação renal das meninas necessita de atenção. “Uma delas possui má formação de vasos abdominais, o que provoca alteração na situação renal desde o nascimento”, explicou o médico.

Mãe das gêmeas, Denise Borges Oliveira está ansiosa para o procedimento. “Mesmo compartilhando apenas o fígado, sabemos que a cirurgia é complicada. Mas entreguei nas mãos de Deus e tenho fé que tudo irá sair como o planejado”, disse a mulher para a assessoria de imprensa do HMI.

As pacientes precisam de doações de sangue B positivo. O Hemocentro irá ceder as bolsas de sangue que serão usadas na cirurgia. No entanto, elas podem necessitar de mais sangue durante o período de recuperação.

Complexidade
Apesar de todo caso de gêmeos siameses ser complexo, Calil considera que a situação de Maria Clara e Maria Eduarda é “mais simples do ponto de vista anatômico”, se comparado a outros siameses, como Heitor e Arthur Brandão. Eles eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália.

Após cinco anos de preparação, os meninos passaram por cirurgia de separação em 24 de fevereiro. Três dias após o procedimento, Arthur sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Já Heitor, 6 anos, ficou três meses internado até receber alta médica, em 27 de maio.

O HMI se tornou referência nacional na separação de gêmeos siames. A primeira cirurgia ocorreu em julho de 2000. Desde então, a equipe do hospital acompanhou 30 casos de crianças que nasceram unidas, realizando 13 cirurgias de separação.

G1

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