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Sistemas de encontrar desaparecidos são falhos

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publicado em 18/03/2018 às 11h48
atualizado em 19/03/2018 às 04h43
Central de Polícia em João Pessoa

Duas famílias, uma dor. A angústia sofrida por parentes de Guilherme e Nicole é inexplicável. No intervalo de um mês, as crianças desapareceram em João Pessoa. O menino estava brincando próximo a sua casa, no dia 10 de fevereiro, no bairro Costa e Silva, quando sumiu. A menina, se encontrava em uma agência da Caixa Econômica Federal quando foi vista pela última vez em 09 de março. Até hoje, o paredeiro das vítimas é desconhecido.

O que poderia ajudar na busca pelas crianças, não funciona na prática. A Secretaria de Segurança Pública da Paraíba instituiu o Núcleo de Pessoas Desaparecidas, que pela proposta funcionaria na Central de Polícia de João Pessoa. Quando criado em 2013, o programa tinha como objetivo de descentralizar as investigações sobre desaparecidos e interligar as informações com todas as áreas de segurança do estado. Cinco anos depois, a prática é bem diferente do colocado no papel.

O secretário de Segurança Pública da Paraíba, Cláudio Lima, reconhece a fragilidade: “Ta funcionando de forma precária, a gente tinha uma esperança de informatizar a Polícia Civil, essa informatização saiu, o projeto foi aprovado e concluído, mas a gente não conseguiu instalar em tudo. O ideal é que a gente tenham um sistema de informática totalmente interligado com as delegacias. O projeto foi feito, o sistema existe, mas em razão de diversos problemas, está faltando a gente melhorar”, justificou.

Além deste Núcleo, as autoridades paraibanas poderiam recorrer a outra ferramenta para ajudar a achar pessoas sumidas, esta de responsabilidade do Ministério Público da Paraíba, passou a integrar desde o ano passado o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos, coordenado pelo procurador Valberto Lira.

Assim como a proposta do Governo do Estado, o Sinalid tem o intuito de interligar e compartilhar informações de pessoas desaparecidas em todo Brasil.

O problema para a garantia do serviço no MPPB é informática. A expectativa, segundo o procurador, é de que até o final do mês ele passe a funcionar.

“O Sistema está em fase de implementação. Nós dependemos de uma ferramente que foi criada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.  A partir desses sistema, os MPs dos estados tiveram que fazer a adesão, que se implica no aperfeiçoamento e acesso ao sistema que é hospedado no Rio. Aqui, nossa diretoria tecnológica está preparando os instrumentos, mas não impede que a gente já comece a ter um olhar diferente acompanhando as situações”, disse.

Tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil, trabalham e informam a todo momento que estão investigando os casos, mostram pistas, mas não conseguem chegar ao fato concreto. No caso de Guilherme, que faz mais tempo, chegou-se a falar até que o sumiço dele pode estar ligado a uma briga de facções, nada confirmado. Já em relação a Nicole, um parente distante da família, que mora em Pernambuco, é o principal  acusado de ter pego a criança e levado para o estado vizinho. Mesmo com essas informações, a garota continua longe de casa.

Wallison Bezerra – MaisPB

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