Cleanto e a celebração da esperança

Na sexta feira, 12 de agosto, houve na Igreja Nossa Senhora de Fátima (bairro de Miramar – aqui em João Pessoa) a missa de sétimo dia alusiva ao falecimento de Cleanto Lemos Coutinho. Como explicitado pela família no próprio convite, essa missa seria – como foi –para  “celebração da esperança” e também de agradecimento a Deus pela vida de Cleanto vivida entre nós, vida tão altruísta quanto cristãmente estimuladora.

Eu e Ana (minha esposa) tivemos a feliz oportunidade de conhecer Cleanto (e Marta, a esposa dele) no ambiente do ECC – Encontro de Casais com Cristo, lá entre os anos l984/l985. Atuávamos (nós e Cleanto/Marta) como integrantes de um grupo de coordenadores de círculos, grupo este coordenado pelo casal Luiz Carlos/Ana. E já ali era criado não só um laço de irmãos em Cristo, mas, sobretudo, de admiração e muito respeito, de nossa parte, por Cleanto/Marta, face as suas posturas de simplicidade, humildade e comprometimento social bem peculiares aos verdadeiros cristãos.

Esta admiração e respeito pelo casal mais se ampliou lá no ano de l988 diante de um revés que os dois e demais familiares sofreram, correspondendo ao falecimento inesperado da filha Germana, de 15 anos, que, após uma festa de que participara com amigas e primas, fora dormir e não se acordou… tendo deixado em seu semblante, dormindo, um lindo sorriso como representativo da alegria de encontrar-se com Cristo!

A esse revés Cleanto/Marta enfrentou com muita força cristã, de tal forma que o casal passou a ser talvez o principal palestrante do ECC com a exposição da palestra “Fé nos Revezes da Vida”. E na demonstração real dessa fé, todos quantos os assistiam choravam e riam… choravam diante da emoção sentida no depoimentos dos dois sobre a importância da família e a fé de que Germana fora chamada e acolhida para uma nova vida, melhor do que a terrena, porquanto eterna e de paz em Cristo!… E riam pelo jeito muito sério de Cleanto falar sobre a realidade da vida, inclusive de sua resistência inicial relativa ao ECC, que dele não queria participar, sempre terminando com a afirmação de que “já era para mais tempo aqui – no ECC – estar”.

Dia 12 recente, portanto, na Igreja Nossa Senhora de Fátima houve, mesmo, a celebração da esperança, porque, se – como é – “a vida dos justos está nas mãos de Deus, nenhum tormento os atingirá”. Também porque “como Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição?”. Foi o próprio Cristo que disse: “Esta é a vontade de meu Pai: quem vê o filho e nele crê tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”. Cleanto tinha toda a certeza disto. Daí, a missa de celebração da esperança e, sobretudo de nossa parte, de agradecimento a Deus por ter permitido que por vários anos convivêssemos com Cleanto, dele assimilando tantas lições de bem querer, solidariedade e fraternidade, para transformar sonhos em realidade. Como ele repetia: “Não chamem isto de utopia! A isto chamemos paz!”.

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