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O pessoísta Gonzaga Rodrigues

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publicado em 17/06/2016 às 16h14

Pelo título destes escritos poderá alguém logo dizer: “Dois erros estão sendo cometidos: o primeiro porque a palavra correta é pessoense, e não pessoísta, e o segundo decorre do fato de que Gonzaga Rodrigues é natural de Alagoa Nova, e não de João Pessoa!”.

Permitam-nos, porém, persistir nesse erro… se erro for, pois aprendemos e acolhemos essa palavra desde fins dos anos 80 através de uma crônica exatamente do cronista-mor da Paraíba, Gonzaga Rodrigues, à qual ele dera o título “Pessoísmo”. E naqueles escritos o “Neguinho” Gonzaga Rodrigues enfatizava o que significa ser esse “pessoísta” que agora derivamos daquele termo “Pessoísmo”, título de sua crônica: “Gente que não bota banca nem se expõe em exibições. Nunca vi um pessoense bater no peito e dizer que é o melhor em qualquer coisa. Ele sabe fazer no conceito dos outros, nunca pelo seu próprio”. O “Neguinho” estava a esclarecer que o pessoense é gente para quem a familiaridade coletiva e o apego à terra não são tudo, porque para essa gente da capital paraibana “o bom mesmo é a faculdade que tem de não ultrapassar os seus limites, não romper a faixa de tolerância”. E assim é Gonzaga Rodrigues, com uma diferença, apenas: ele tem muito apego a esta terra!

A propósito, ele escreveu: “O que me dá nervura, folha e ramo pessoense é o ar de família, esse jeito de intimidade doméstica identificado até nos rostos desconhecidos”.

Neste sábado, 17 de junho, às 10 horas, a Livraria do Luiz (Praça 1817 – no centro desta cidade) vai prestar merecida homenagem a Gonzaga Rodrigues, não só pela passagem de seu aniversário natalício (83 anos) a ocorrer no próximo dia 21. Trata-se de uma homenagem por tudo quanto ele – o “Neguinho” – representa para a cultura da Paraíba. E para mais abrilhantar o evento, na ocasião igualmente serão homenageados outros grandes da cultura paraibana: Juca Pontes, José Nunes e Nonato Guedes.

Ainda sobre Gonzaga Rodrigues, devemos informar que o conhecemos desde os tempos (anos 70) em que estávamos como chefe de gabinete do então diretor da ainda denominada Escola Técnica Federal da Paraíba(hoje IFPB), ItapuanBôttoTargino. Ele – Gonzaga -, ao lado de Nathanael Alves, já se constituíam nos mais destacados jornalistas da Paraíba. Anos depois convivemos como colegas funcionários estaduais nas elaborações de projetos concebidos entre a Secretaria do Planejamento e a Companhia de Industrialização da Paraíba. E não podia ser encaminhado nenhum projeto, pra buscar recursos em Brasília, se Gonzaga – juntamente com Martinho Moreira Franco – não o revisassem, isto para que cada palavra ficasse em seu devido lugar e assim conquistar a aprovação do governo federal.

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