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Salário dividido gera paralisação de 24h no Rio Grande do Sul

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publicado em 03/08/2015 às 10h25
atualizado em 03/08/2015 às 09h25

O anúncio de paralisação por diversos setores do funcionalismo público no Rio Grande do Sul levou o governo a emitir uma nota dirigida à população gaúcha no fim da noite de domingo (2), em que garante esforços para manter os serviços públicos em funcionamento. O comunicado diz que com a medida de parcelamento de salários de julho, divulgada na sexta-feira (31), apesar de “severa”, “procurou causar o menor dano possível aos servidores e aos diferentes setores da sociedade.”

Policiais militares e civis, professores, rodoviários, e integrantes de outras categorias, através de orientações de seus sindicatos, já demonstraram seu descontentamento e programou 24 horas de mobilizações nesta segunda-feira (3).

No fim da madrugada, rodoviários da Carris, uma das principais empresas de ônibus em Porto Alegre, se reuniram para debater como será o decorrer do dia. Até as 5h15, nenhum coletivo havia saído da garagem por temor a um aumento de assaltos, já que o policiamento da capital também programa manifestações que podem implicar no atendimento às ocorrências.

A frota da Carris, que não está operando, é de 383 veículos e 29 linhas. A companhia transporta cerca de 250 mil passageiros diariamente. Para suprir a falta de coletivos, que inclui linhas transversais que liga todas as zonas da cidade, a EPTC informa que ônibus de outras empresas estão sendo usados.

A Conorte atenderá linhas T1 e T4 com oito ônibus. Já a STS atenderá linha T11 com dez. A Unibus atenderá linhas T6 e 346, também com dez ônibus. A frota da Carris, que não está operando, é de 383 veículos e 29 linhas.

Sobre a mobilização dos policiais, que têm a orientação de suas associações de servidores para se manter nos batalhões e quartéis e somente atender casos de emergência, o Comando-Geral da Brigada Militar se manifestou, também em nota oficial, que “confia que não ocorrerá a prática de qualquer ato contrariando a legislação especial vigente, eis que à corporação, por seus policiais e bombeiros militares, é conferido o dever de preservar a ordem pública e trabalhar em prol da sociedade”.

No fim de semana, policiais militares deram início a uma “operação padrão”, que consiste em os servidores saírem para as ruas apenas com o equipamento, incluindo viaturas, com documentação em dia. Como muitos veículos estão com algum problema mecânico ou com IPVA de 2015 vencido, conforme relatos dos batalhões de Porto Alegre e do interior do estado, eles decidiram sair a pé, na falta de transporte.

Leia, na íntegra, a nota do governo do RS:

Comunicado à população gaúcha

– O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, desde o início do ano, comunicou de maneira transparente e aberta a situação de gravidade das finanças públicas estaduais.

– O Governo adotou medidas severas de austeridade para manter a governabilidade, procurando causar o menor dano possível aos servidores e aos diferentes setores da sociedade.

– Na última sexta, em medida extrema, o poder público se viu obrigado a parcelar o salário de 48% do funcionalismo público. Respeitamos e compreendemos as dificuldades que isso impõe aos servidores e às suas famílias.

– Diante de tal fato, o Governo do Estado reconhece e respeita a legitimidade das manifestações sindicais que possam ocorrer de maneira democrática e responsável. Ao mesmo tempo, fará todos os esforços para manter a normalidade dos serviços públicos.

– Temos convicção de que, neste momento do Estado, os líderes sindicais saberão adotar uma postura de respeito à população e ao papel constitucional e institucional que possuem. Estamos todos do mesmo lado e precisamos encontrar soluções conjuntas para superar o desequilíbrio financeiro.

– O governador José Ivo Sartori determinou que todas as equipes de governo mantenham permanente diálogo com os servidores e seus representantes, especialmente os secretários da Casa Civil, Márcio Biolchi, da Segurança Pública, Wantuir Jacini, da Educação, Vieira da Cunha, e da Saúde, João Gabbardo.

– Durante esta semana, o Governo do Estado estará em contato permanente com o Governo Federal, poderes, organizações, sindicatos e equipe de governo para ultimar um novo conjunto de projetos de enfrentamento da crise e de mudança estrutural do Estado, que será enviado à Assembleia Legislativa.

– Renovamos à população gaúcha nossa disposição de enfrentar esta situação por meio da solidariedade de toda a sociedade. A crise é estrutural e não será resolvida pelo velho radicalismo político. O enfrentamento real e decisivo depende da união de todos os gaúchos.

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