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Justiça ouve réus da OAS investigados da Lava Jato

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publicado em 08/05/2015 às 09h29
atualizado em 08/05/2015 às 06h30

Seis réus da Operação Lava Jato serão interrogados pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância, nesta sexta-feira (8) na Justiça Federal em Curitiba. As audiências estão marcadas para as 9h30 e 14h. Todos os investigados estão vinculados à construtora OAS. Pela manhã, serão ouvidos José Aldemário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiro e Mateus Coutinho de Sá Oliveira e José Ricardo Nogueira Breghirolli.

Fernando Augusto Stremel Andrade e João Alberto Lazzari serão ouvidos na audiência marcada para a tarde. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os réus são investigados por pagar propina para Paulo Roberto Costa – que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

O dinheiro era decorrente do lucro obtido pela construtora com os crimes de fraude à licitação e formação de cartel praticados na Petrobras. As irregularidades, conforme a denúncia, eram concretizadas pelo chamado “clube” de empreiteiras.

Alberto Youssef, segundo o MPF, era responsável pela lavagem do dinheiro. Para isso ele e outros operadores financeiros firmavam contratos fictícios de prestação de serviços com empresas de fachada controladas por operadores financeiros.

O valor de corrupção estimado pelo MPF é de aproximadamente R$ 30 milhões, e o valor envolvido na lavagem é de aproximadamente R$ 10 milhões. A denúncia cita 20 atos de corrupção e 14 de lavagem de dinheiro. Para a Justiça, o MPF solicitou que os réus ressarçam aproximadamente R$ 200 milhões.

José Aldemário Pinheiro Filho, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Agenor Franklin Magalhães Medeiros e José Ricardo Nogueira Breghirolli estavam presos desde novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da operação, e foram soltos no dia 29 de abril para cumprir a prisão em domicílio. Os empreiteiros estão sendo monitorados por uma tornozeleira eletrônica 24 horas por dia enquanto os processos são julgados.

A decisão de soltar réus foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma sessão da Segunda Turma, um dia antes. Os outros investigados respondem o processo em liberdade.

Mais suspeitas envolvendo a OAS
Segundo o despacho que decretou a prisão dos executivos, o juiz Sérgio Moro mencionou que entre os anos de 2005 a 2014, as empresas do grupo OAS e consórcios dos quais teria feito parte, fizeram contratos de R$ 10 milhões e de US$ 48 milhões com a Petrobras.

Também foi constatado que a OAS transferiu ao menos R$ 6,9 milhões para contas do operador do esquema Alberto Youssef, além de US$ 4,8 milhões em depósitos no exterior.

A denúncia afirma ainda que José Ricardo Nogueira “era o responsável, junto à OAS, pelos contatos e negócios com Alberto Youssef, inclusive para remessas fraudulentas ao exterior”, além de várias entregas de um total de R$ 676 mil em endereços indicados pelo doleiro.

À época, a OAS afirmou que prestou esclarecimentos e deu acesso a documentos requeridos pela Polícia Federal. “A empresa está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”, disse na nota.

Os advogados de defesa de José Ricardo Nogueira Breghirolli e Agenor Franklin Magalhães Medeiros protocolaram pedido de liberdade para ambis no Supremo Tribunal Federal (STF). A solicitação, entretanto, foi negada pelo ministro Ricardo Lewandowski.

G1

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