João Pessoa, 01 de julho de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Andei pensando no tempo da minha bicicleta azul, nas pedaladas avassaladoras, na marca do tempo em que eu era livre demais para não me assombrar com nada. Nem com a sorte, nem com a morte.
Por exemplo: você tem histórias da madrugada, já pedalou de manhã cedinho, vindo não sei de onde, depois de uma noite em claro, entre a fé a a crônica da morte anunciada?
Atravessei a avenida João Câncio, na praia de Manaira, quando a via era mão e contramão, exatamente no cume do desejo que me consentia
Não ser avexado, nem tem medo de nada.
Não vou contar de onde eu vinha, de manhã tão cedo, meados da década de 90, da casa de amigos para minha casa. Já faz muito tempo e um dos personagens já não está em ter nós. Eu sabia que o mundo me queria.
A escuridão encobre histórias de uma vida espessa e das horas em que somos todos Macabeia. Eu não era mais criança. nem tinha um amor bandido. Nunca fui severo comigo mesmo, mas não sabia nada do amor.
Mas eu senti uma saudade danada da minha bicicleta azul monark de segunda mão. Juro. Longe, contra o vento, eu voltava na bicicleta e nunca me importava com as distâncias. Um dia fui atropelado, mas essa parte é cruel.
O horizonte estava ali e eu sempre quis ser só um menino.
A minha liberdade anunciada e vivi muito desse prazer de ser só, somente só, cujos os amores eram nuvens.
Anos depois, cada tijolo da varanda da casa querida, querida, querida mil vezes querida, as janelas que eram da cor de seus olhos e eu menos exausto pintava elas de azul.
Sem mais nem menos as simbologias descortinaram, morreram junto com a bicicleta azul e seu guidão, velho guidom, onde cabiam dez cervejas, cinco de cada lado.
Um dia acordei e tinham roubado minha bicicleta azul e a grana que eu tinha não dava sequer para comprar um cadeado novo para a grade que me separava da maldade do homem. Um amigo, que hoje me ignora, comprou o cadeado.
Eu ainda luto pela sobrevivência.
Kapetadas
1 – Qual time tem os torcedores mais insuportáveis?
2 – O limite do humor acontece quando você percebe que a piada ofendeu todo mundo, menos quem merecia
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BOLETIM DA REDAÇÃO - 01/07/2025