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Aluna do UNIESP retorna do intercâmbio em Portugal, com mais conhecimento

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publicado em 20/02/2024 às 08h50
atualizado em 20/02/2024 às 05h51

Kubitschek Pinheiro MaisPB

O Centro Universitário UNIESP recebeu com festa a aluna do Curso de Psicologia Patrícia Kerche,  que está de  volta depois da experiência de intercâmbio  no projeto de internacionalização entre o Uniesp e a Universidade Trás-os-Montes e Alto-Douro (UTAD), em Vila Real, Portugal. A título de curiosidade, uma das cidades com o frio mais rigoroso de Portugal, mas também com os vinhos mais apreciados.

A idealização desse projeto começou em  2019, mas interrompida conta da pandemia, visto que as fronteiras entre os países foram fechadas A internacionalização faz da parte de intercâmbio acadêmico,  que foi retomada em 2022 com edital para docentes, reuniões de conscientização e verificação de documentações e comunicação e contato com as universidades conveniadas que são cinco ao todo.

O MaisPB conversou com Patrícia Kerche e traz o resultado dessa experiência e do conhecimento adquirido pela aluna, em terras lusitanas.

MaisPB  – Está de volta do intercâmbio. Conta pra gente a importância dessa parceria UNIESP com a universidade portuguesa?

Patrícia Kerche  – Acredito que toda oportunidade de crescimento pessoal e profissional que seja incentivado por qualquer faculdade garante um profissional muito melhor preparado para o mercado de trabalho. O intercâmbio acadêmico sem dúvida é o que contempla a maior quantidade de experiências. Por isso, considero que esta parceria foi importantíssima para o meu desenvolvimento, não só acadêmico, mas para a vida toda.

MaisPB – O que você destacaria do aprendizado para o Curso de Psicologia?

Patrícia Kerche  – As universidades europeias em geral, seguem ao Tratado de Bolonha, que torna a licenciatura e mestrado integrados e obrigatórios para a formação de qualquer estudante e eu tive o privilégio de estudar disciplinas tanto na licenciatura como no mestrado. Na licenciatura o foco é na teoria, por isso, eu li MUITO, fiz muitos trabalhos em grupo e apresentações de seminários, o que garante uma bagagem técnica imensa. Já no mestrado, o foco é a prática, por isso, estudei muitos casos clínicos para os quais, baseando-nos nas teorias da licenciatura, elaborávamos intervenções. Todo este aprendizado, com certeza, me preparou muito melhor para concluir meu curso, daqui um ano.

MaisPB – O que Patrícia tem a dizer para os alunos do Uniesp que desejam fazer esse intercâmbio de um ano lá fora?       

Patrícia Kerche  – Façam!!!! Todo aluno deveria ter esta oportunidade. O intercâmbio é autoconhecimento e transformação pessoal, nos torna mais resilientes, aos termos de nos adaptar a uma nova cultura, clima, fazer novos amigos, falar um novo idioma (mesmo sendo o português, que é muito diferente do nosso), essas pequenas dificuldades são desafios diários, que só nos fazem crescer.

MaisPB – Fez amigos, leu bons livros, deu para se divertir também?

Com certeza! Estando aberta como eu estava, fiz amigos para vida, li livros que talvez aqui nunca teria acesso, além da biblioteca de lá ser imensa e muito bem servida. E, em cada oportunidade de tempo livre, busquei conhecer um pedacinho da Europa (para isso, recomendo a quem deseja fazer o intercâmbio, que junte uma graninha e esteja pronto para passear assim que encontre uma passagem barata, porque por lá elas existem). A UTAD também organiza e proporciona muitos momentos de confraternização e celebração entre os alunos intercambistas, para que nos sintamos em casa, longe de casa.

Mercado de trabalho em Portugal

Segundo Patrícia Kerche, o mercado de trabalho em Portugal, não só para psicólogos, é extremamente limitado, os salários são dos mais baixos da Europa, o que torna os alunos universitários bastante desmotivados e também muito competitivos.

MaisPB – Por exemplo?

Patrícia Kerche  –  Há poucas vagas para o mestrado, mesmo sendo obrigatório, o que leva muitos universitários a abandonarem os cursos e trabalharem em outras áreas que não exijam formação. Os que se formam em psicologia, precisam prestar um estágio obrigatório não remunerado por um ano, para a Ordem dos Psicólogos de Portugal, antes de se lançarem ao mercado de trabalho. Tudo isso tem só aumentado a emigração portuguesa, especialmente para os Países Baixos, que oferecem melhores remunerações.

Sistema de saúde

De acordo com Patricia,  o sistema público de saúde conta com psicólogos em todos os centros de saúde e é um mercado que tem crescido dadas as proporções daquele país. “No setor da educação (seja infantil, até o ensino superior e formações informais para idosos – lares e abrigos e instituições de reabilitação de presidiários), contam também com psicólogos, que são muito atuantes e reconhecidos. Além disso, há um nicho de mercado para os psicólogos na política, nas esferas municipais, na elaboração e monitoramento das políticas públicas, especialmente para garantia do direito à educação para todas as crianças e adolescentes. Há também muitos psicólogos inseridos no setor jurídico, setor organizacional, que reconhece o “coach” como uma categoria da psicologia e também há muitos que atuam na academia (seja na graduação ou pós). Já no setor privado, digo clínicas de psicólogos, é que o serviço é limitado, a população ainda tem um olhar preconceituoso sobre frequentar um psicólogo e acham que o investimento para a saúde mental é alto, se não for por indicação de um médico e coberto pelos planos de saúde. Enfim, a qualidade do curso de Psicologia de lá, a meu ver, é muito boa para aqueles que pretendem ser bons em sua profissão”, fecha

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