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Denúncias de assédio moral no trabalho crescem 61% na Paraíba, revela MPT

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publicado em 11/09/2023 às 18h57

O Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) registrou 231 denúncias de assédio moral nos sete primeiros meses deste ano, 61% a mais que o número registrado no mesmo período de 2022 (janeiro a julho), quando a Instituição computou 143 casos.

Para discutir o assédio e outras causas de adoecimento no trabalho, o MPT realiza este mês a Campanha “Setembro Amarelo – Ouvir é Acolher”, voltada à Saúde Mental. Com a mensagem “Quem cuida da mente, cuida da vida”, a campanha visa a prevenção e o combate aos vários tipos de assédio sofridos no trabalho e a outras situações, que levam ao adoecimento. Dentro da programação, o MPT realizará eventos em João Pessoa, Campina Grande e Patos.

Abrindo a programação, acontecerá na próxima quarta-feira (13), a partir das 8h, 1º Fórum Regional de Saúde Mental e Trabalho de Patos, no Auditório do Ministério Público Estadual (MPPB), em parceria com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest).

O que também chama a atenção do MPT é que aumentou o número de casos de assédio moral acompanhados de violência. Segundo os dados do MPT na Paraíba, de janeiro a julho de 2022, foram 5 casos de assédio moral acompanhados de violência e assédio sexual e este ano (no mesmo período) foram registrados 13 casos (aumento de 160%).

No Brasil, de janeiro a julho deste ano, 7.627 denúncias de assédio moral já foram registradas pelo MPT em todos os Estados, das quais 231 na Paraíba. Esse número já é 88% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (2022), quando o MPT registrou no País 4.045 casos.

A procuradora-chefe do MPT na Paraíba, Andressa Ribeiro Coutinho, explica que o assédio moral, sexual ou eleitoral, acabam afetando a saúde mental de trabalhadores e trabalhadoras. Ela explicou que o assédio pode vir de várias formas, com gritos, xingamentos, expressões depreciativas, práticas reiteradas que afetam mentalmente o trabalhador, mas também com ameaças veladas de demissão e outras formas sutis, como mudar o servidor do setor onde ele ama trabalhar.

“Vivemos numa sociedade adoecida. A pandemia da Covid-19 e o teletrabalho agravaram os casos de assédio no trabalho. Precisamos de um meio ambiente de trabalho saudável, feliz, para que você trabalhe com prazer dando o seu melhor e sendo feliz com a sua atividade profissional”, observou a procuradora.

No Brasil, anualmente, milhares de trabalhadores são afastados por questões de saúde mental. Na Paraíba, os dados também preocupam a Instituição, principalmente após o cenário de pandemia.

Transtornos mentais relacionados ao trabalho dobram na Paraíba, 3º Estado do NE com mais casos

Na Paraíba, casos de trabalhadores com transtornos mentais relacionados ao trabalho dobraram entre 2019 (cenário antes da pandemia) e 2022 (cenário pós pandêmico). Em 2019, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, registrou 52 casos e, em 2022, esse número saltou para 104 (aumento de 100%), segundo dados do Observatório da Segurança e Saúde no Trabalho, ferramenta pública do MPT e da OIT (https://smartlabbr.org/sst).

Segundo o Observatório, a Paraíba é o 3º Estado do Nordeste com o maior número de casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho notificados em 2022, (104), atrás somente da Bahia (com 229 casos) e Alagoas (128).

Segundo a procuradora-chefe do MPT-PB, Andressa Coutinho, a campanha é uma iniciativa de prevenção e combate aos vários tipos de assédio sofridos no trabalho e a outras situações vivenciadas no ambiente laboral, que levam a pessoa ao adoecimento e a quadros de ansiedade, pânico, depressão e ‘Síndrome de Burnout’, conhecida como “Síndrome do esgotamento profissional”.

“O objetivo é informar e conscientizar trabalhadores, empresas, gestores públicos e a sociedade em geral sobre a importância de um meio ambiente de trabalho saudável para o bem estar de todos e a garantia de uma sociedade menos adoecida”, ressalta a procuradora.

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