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ícone da música nordestina

Alceu Valença chega aos 75 anos nesta quinta-feira

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publicado em 01/07/2021 às 17h12
atualizado em 01/07/2021 às 16h05

Kubitschek Pinheiro MaisPB

Hoje, 1º de julho, Alceu Valença chega aos 75 anos de vida. De carreira solida, são mais de cinco décadas alcançando diferentes gerações com sua sonoridade versátil e músicas de sucesso que nunca sairão do imaginário do brasileiro.

Alceu é um nome forte da música popular brasileira e um dos maiores representantes da cultura nordestina como um todo. Seu canto vem do forró, baião, maracatu, frevo, MPB e rock.

Nascido em São Bento do Una, Pernambuco, a formação musical se deu no sertão profundo, ouvindo os aboiadores no meio do mato, cordelistas, sanfoneiros e outros tocadores tradicionais da região.

O pai não queria que o filho tivesse contato com artes ou metido na boêmia. Proibia que ele tivesse contato próximo com a música, mas o destino indicava muitas canções.

Aos 15 anos Alceu ganhou um violão escondido da mãe. Nessa época já havia se mudado para Recife e mantinha contato com a cultura urbana e ouvia nomes como Dalva de Oliveira e Orlando Silva. Ao mesmo tempo que Ray Charles e Little Richard, por exemplo. Além disso, estudou direito e foi até para Harvard, mas desistiu da carreira e foi para o Rio de Janeiro com o amigo Geraldo Azevedo investir na música. Venceram. São artistas nacionais.

No Rio participou de festivais universitários, lançou o primeiro trabalho com Geraldo Azevedo, mas não obteve sucesso. Foi só com o primeiro álbum solo, Molhado de Suor (1974), que Alceu Valença se lançou para todo o país a partir da música Vou danado pra Catende, faixa que mesclava os ritmos do sertão com a guitarra elétrica pesada do rock.

Alceu, foi, inclusive,  um dos pioneiros nos anos 1970 a inserir a guitarra elétrica no som das músicas nordestinas.

A experimentação continuou nos trabalhos seguintes.

Passou a conviver com expoentes da contracultura paraibana e  pernambucana, como Zé Ramalho, Lula Côrtes, Paulo Rafael e Zé da Flauta.

Vale lembrar também que o período histórico que influenciou muito nessas criações. A ditadura militar é um exemplo. Contra o regime, Alceu se mudou para Paris e absorveu novas influências, conviveu com nomes como Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e leu os textos de Gilberto Freyre. De volta ao Brasil nos anos 1980, o sucesso chegou de vez, vendendo milhões de cópias nos discos seguintes.

Em abril passado Alceu Valença concedeu entrevista ao MaisPB e está programada outra conversa sobre o single “Saudade”, que ele compôs nessa pandemia e ainda não foi mostrada ao público.

Alceu Paiva Valença é artista brasileiro

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