João Pessoa, 31 de agosto de 2020 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em nota publicada nesse domingo (30), o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) afirmou que irá cumprir decisão judicial que considerou nula a interdição ética dos médicos do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma). Também em nota, o Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB) emitiu apoio o CRM e revelou serem graves os problemas enfrentados pelos profissionais na unidade hospitalar.
“O SIMED-PB tem conhecimento que os médicos que trabalham no Trauminha sofrem com os graves problemas encontrados durante as várias fiscalizações feitas pelo CRM-PB e ressalta a necessidade de resolução dos problemas ali constatados. Além de toda falta de estrutura e condições de trabalho, é de conhecimento do Sindicato a existência de contratos precários que se eternizam e até a falta de profissionais nos plantões, inclusive por ausência de concurso público. Para o SIMED-PB a interdição não preservaria apenas os médicos, mas a própria população que busca atendimento no hospital”, diz trecho da nota.
O CRM, por sua vez, ressalta que o hospital continua funcionando e a assistência médica aos pacientes internados não sofreu descontinuidade, inclusive para as cirurgias programadas. Até que o último paciente internado receba alta hospitalar, os médicos continuarão a dar assistência.
Veja nota do CRM:
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) comunica que vai cumprir a determinação do juiz federal Manuel Maia de Vasconcelos Neto, que considerou nula, neste domingo (30), a interdição ética dos médicos do Complexo Hospitalar de Mangabeira Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma). O CRM-PB irá ainda esclarecer ao juiz as razões pelas quais, após dez fiscalizações terem evidenciado graves problemas, decidiu-se, de maneira colegiada, pela interdição do trabalho médico na unidade de saúde.
O CRM-PB ressalta que o hospital continua funcionando e a assistência médica aos pacientes internados não sofreu descontinuidade, inclusive para as cirurgias programadas. Até que o último paciente internado receba alta hospitalar, os médicos continuarão a dar assistência. Define-se como interdição ética do trabalho médico a proibição, pelo respectivo Conselho Regional de Medicina, do profissional exercer seu trabalho em estabelecimento de assistência médica por falta de condições mínimas para a segurança do ato médico, conforme a Resolução 2.062/2013 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Portanto, a interdição ética dos médicos se deu para a admissão e internamento de novos pacientes, justamente porque as condições do hospital são muito precárias, comprometem o ato médico e trazem risco para o atendimento à população. Faltam medicamentos essenciais, equipamentos e material cirúrgico. Além disso, a unidade apresenta problemas sérios em sua estrutura física, como precárias condições de higiene dos quartos e banheiros, com a presença constante de baratas, infiltrações, mofo, buracos no piso e nas paredes, banheiros sem funcionar, cadeiras de rodas e de banho quebradas, falta de privacidade, falta de lençóis e ventilação.
"PÉ DE MEIA" - 03/05/2024