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Investigação

Mulher que acusa Neymar de estupro entrega ‘dossiê’ à polícia

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publicado em 03/06/2019 às 09h12

A mulher que acusa Neymar de tê-la estuprado, em Paris, na França, possui imagens e documentos que não constam do boletim de ocorrência registrado na última sexta-feira (31). O acervo foi entregue à Polícia Civil de São Paulo. A informação foi divulgada pelo UOL Esportes. As investigações correm protegidas por segredo Justiça.

Segundo fontes que tiveram acesso às imagens, elas mostram o jogador agindo de forma agressiva antes do momento do suposto crime. A autora da acusação afirmou à polícia que Neymar a encontrou visivelmente alterado no dia 15 de maio, em um hotel em Paris, e teria mantido relações sexuais sem seu consentimento. A mulher brasileira afirma que viajou a França a convite de Neymar, onde teria passado dois dias e sido estuprada pelo jogador.

Imagens íntimas

Além da denúncia de estupro, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, vai investigar Neymar pela divulgação de imagens íntimas da mulher. O órgão confirmou a investigação, que já teve o auxílio de uma diligência do 110º Distrito Policial (Teresópolis).

No sábado (1º), ao se defender da acusação de estupro, o jogador publicou vídeo nas redes sociais declarando inocência. Ao fim, ele exibiu o que seriam conversas por WhatsApp com a mulher anteriores e posteriores à data em ela afirma ter sido estuprada (15 de maio). Entre as frases, aparecem imagens dela nua ou seminua –com rosto e partes íntimas borradas.

O artigo 218-C do Código Penal tipifica como crime “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir ou divulgar por qualquer meio –inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática– [“¦], sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.

A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos, “se o fato não constitui crime mais grave”. A pena, porém, é aumentada de um terço a dois terços “se o crime é praticado por agente que tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação”.

Para o advogado e professor de direito digital no MBA da FGV Luiz Augusto Filizzola D’Urso, o caso de Neymar não poderia se enquadrar nessa definição, já que o artigo do Código Penal versa especificamente sobre nudez.

“Pode ser óbvio o conteúdo da foto, mas não há o vazamento do conteúdo original. Por desfocar [as imagens], ele se protege do crime. Quando apresenta a conversa, ele não abre as fotos nem executa os vídeos”, diz o advogado.

“Ela poderia processá-lo por difamação e ainda requerer uma ação de indenização. Mas não na questão da nudez”, ele completa.

O delegado da DRCI, Pablo Sartori, pretende ouvir Neymar sobre a divulgação das imagens e fazer uma perícia em seu telefone, já que as fotografias foram editadas para a colocação dos borrões. A ideia é também periciar o celular da mulher, cujo nome não foi divulgado no boletim de ocorrência em que foi feita a acusação de estupro.

Na manhã deste domingo (2), o delegado do 110º DP, Bruno Gilaberte, foi até a Granja Comary (Teresópolis), onde treina a seleção brasileira, buscar informações sobre Neymar. O jogador ainda não havia voltado do período de folga, concedido a todos os atletas que se preparam para a disputa da Copa América, e não foi ouvido.

Denúncia

A mulher que fez a acusação diz ter conhecido Neymar pelo Instagram e o encontrado no hotel Sofitel Arc De Triomphe, no dia 15 de maio, em Paris. Ela afirma que o jogador apareceu embriagado, tornou-se agressivo e, mediante violência, teve relação sexual contra a sua vontade. No mesmo vídeo em que divulgou as imagens íntimas, Neymar negou as acusações.

MaisPB 

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