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Sem pressa por seleção, Tifanny espera por temporada tranquila

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publicado em 05/06/2018 às 16h40
atualizado em 05/06/2018 às 13h44

Tifanny foi um dos nomes mais comentados da Superliga Feminina 2017/2018. Não apenas pela eficiência em quadra, mas, principalmente, por ser transexual. A participação dela no torneio foi cercada de questionamentos e, após o fim do campeonato, a oposta de 33 anos espera que a temporada 2018/19 seja mais tranquila.

A atleta também aguarda um posicionamento da Federação Internacional de Vôleibol para saber se poderá defender a seleção. No entanto, garante que esta não é sua prioridade.

Na próxima temporada, Tifanny seguirá em Bauru. A atleta, que acredita que o nível da próxima Superliga será mais alto devido aos reforços das equipes, renovou contrato com o time do interior de São Paulo por mais um ano por ter se sentido acolhida pelo time.

– Acho que será mais tranquila. Agora o pessoal já sabe a realidade e é mais prático para eles entenderem. Nós, mulheres trans, somos apenas mulheres normais, tanto de força quanto de qualquer coisa. Porém, cada uma tem a sua característica, como qualquer jogadora, seja ela magrinha, alta… Cada um vai seguir nesse caminho. Não somos nada mais que isso – comentou a atleta, que esteve em Taubaté-SP na última sexta-feira, para participar de uma clínica de vôlei.

– (Espero que seja) mais tranquila e mais confortável também. Não só pelo fato de leis ou regras, mas por já ser um segundo ano em uma equipe, segundo ano jogando no vôlei brasileiro, conhecendo mais sobre a Superliga, porque é um campeonato muito forte que você precisa estar com a cabeça boa – acrescentou.

Apesar do bom desempenho na Superliga, Tifanny não foi a seleção para disputar a Liga das Nações e o Mundial. Não por opção do técnico Zé Roberto, que chegou a dizer que poderia convocar a atleta. Mas, sim, por uma recomendação da Federação Internacional de Vôlei (FIVB). A entidade enviou uma carta para as federações nacionais para criar um grupo para estudar e definir critérios para elegibilidade dos atletas transgêneros.

Tifanny tem o desejo de defender a seleção, mas não trata isso como uma prioridade no momento.

– Quero fazer meu bom trabalho, meu bom voleibol. Se tiver uma chance na seleção, um espaço para mim, vou querer entrar e fazer meu melhor também, assim como as meninas que lá estão. Elas estão de parabéns, fazendo um trabalho maravilhoso na Liga das Nações. Se eu tiver essa oportunidade, vou também. Mas acho que meu maior trabalho hoje é mostrar que nós mulheres trans somos simplesmente tão normais quanto elas, como outra mulher qualquer. E abrir as portas para outras meninas para mostrar que mulheres trans podem viver em uma sociedade tão normal como qualquer pessoa – disse.

Globo Esporte

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