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NA FRANÇA

Crianças sozinhas são preocupação após esvaziamento de Calais

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publicado em 27/10/2016 às 08h57

Grupos de ajuda estão preocupados com o futuro de crianças e adolescentes desacompanhados que estavam no acampamento de Calais, no norte da França. Ao menos 1,2 mil permaneceram no local e passaram a noite sem abrigo nesta quinta-feira (27) enquanto aguardam a decisão de para onde serão encaminhadas, segundo a CNN.

Na quarta-feira, as autoridades francesas declararam o esvaziamento do acampamento, que ficou conhecido como a ‘Selva’ por causa das condições precárias, enquanto cerca de 4,4 mil migrantes e refugiados eram levados para 450 centros de acolhida espalhados por todo país. Os migrantes aguardavam uma oportunidade para atravessar o Canal da Mancha e se estabelecer no Reino Unido. A destruição dos barracos e das tendas continuam nesta quinta.

A representante no acampamento Calais da ONG Save the Children, Dorothy Sang, afirmou à CNN que nesta manhã ainda não estava claro qual seria o destino das crianças desacompanhadas.

A fundadora da ONG Care4Calais, Clare Moseley, disse na quarta-feira também à CNN que crianças permaneceram no acampamento mesmo após estarem cadastradas pelas autoridades francesas e britânicas.

O centro com capacidade para 1.500 pessoas – ao lado do acampamento -, previsto para receber os menores até a solução dos casos, está lotado, segundo a France Presse.

A CNN entrevistou um imigrante egípcio de 16 anos que dormiu no chão nesta noite com ao menos outros 20 menores. O adolescente não havia sido registrado pelas autoridades francesas, o que lhe permitiria dormir em um dos contêineres.

Quarenta menores foram levados para um abrigo no leste da França. Está previsto que outros 40 sejam transferidos para o Reino Unido nas próximas horas, afirmou à AFP o diretor geral da associação France terre d’asile (França terra de asilo), Pierre Henry. Os menores se unirão aos mais de 200 que Londres recebeu desde a semana passada.

Inicialmente, uma estimativa apontava que quase 500 das crianças e adolescentes têm parentes no Reino Unido e, por isso, gostariam de ser transferidos para lá. Paris e Londres dividem as responsabilidades pela falta de soluções ao acampamento.

A prefeita de Calais, Natacha Bouchart, reconheceu que o anúncio do fim do acampamento foi precipitado. “Não podemos anunciar o fim do desmantelamento quando ainda há 1.500 menores e 450 mulheres e crianças nas estruturas oficiais adjacentes ao acampamento e outras centenas perambulando pela área”, disse Bouchart à AFP.

Recém-chegados
De acordo com a agência Efe, centenas de imigrantes passaram a madrugada desta quinta no acampamento apesar das autoridades francesas terem declarado que a região já tinha sido totalmente desocupada.

A prefeita da região de Calais, Fabienne Buccio, afirmou nesta quinta que muitos dos migrantes vieram de outros lugares, incluído da Alemanha, observando que estão tentando controlar a chegada de estrangeiros para que a operação de transferência para abrigos.

Segundo ela, nenhum migrante se recusou a ser transferido e quem resistir será detido.
Fabienne estava convencida que a “Selva” estará totalmente desabitada nesta noite.

G1

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