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NO PARANÁ

Evento com Feliciano é cancelado após suspeita de assédio sexual

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publicado em 08/08/2016 às 14h01

Um evento que teria a participação do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) em Cascavel, no oeste do Paraná, foi cancelado após uma denúncia de assédio sexual e agressão contra o parlamentar feito pela estudante de direito e militante do PSC Patrícia Lélis. A Semana Municipal da Família, que começaria na sexta-feira (12), era promovida por uma livraria evangélica da cidade em comemoração aos 15 anos do estabelecimento.

A participação no evento seria gratuita, porém, os interessados deveriam fazer uma inscrição prévia pela internet. Eram esperadas cerca de 800 pessoas.

No perfil da loja no Facebook, o recado do cancelamento explica a decisão. “O evento em comemoração dos 15 anos da Loja Ebenezer que aconteceria no dia 12 de agosto com a presença do Pastor Marco Feliciano está cancelado. Aguardamos o esclarecimento das denúncias envolvendo o nome do palestrante. Agradecemos àqueles que se inscreveram.”

O organizador do evento foi procurado pelo G1, porém preferiu não comentar o caso. A reportagem também tenta contato com a assessoria do deputado Marco Feliciano.

Denúncia e defesa

No sábado (6), o deputado Marco Feliciano divulgou um vídeo em seu perfil no YouTube no qual diz que a militante do PSC Patrícia Lélis fez uma “falsa comunicação” de crime de assédio sexual contra ele.

As denúncias de Patrícia vieram à tona na terça-feira (2), após serem publicadas pela coluna Esplanada, do UOL. Na quarta (3), circularam na internet áudios em que a jovem, de 22 anos, diz que foi abusada sexualmente pelo deputado.

No áudio que teria sido gravado pela jovem, ela conversa com um homem que seria o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, e relata o assédio sexual que teria sofrido nas mãos do parlamentar.

Nesta sexta, Patrícia Lélis, de 22 anos, foi ao 3° Distrito Policial e registrou um Boletim de Ocorrência em que relata que se sentiu ameaçada por Talma. A jovem disse que, com uma arma na cintura, ele teria dito que se ela não voltasse atrás nas denúncias sobre o deputado Feliciano, poderia ocorrer um “mal maior” com ela. O assessor de Feliciano chegou a ser detido, prestou depoimento à polícia sobre o caso e foi liberado.

Patrícia chegou a gravar vídeos, dias antes de registrar o boletim na delegacia, desmentindo a versão do assédio.

Gravações

Nos áudios divulgados na internet, Patrícia diz ser vítima de violência cometida pelo deputado: “Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que ‘tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri e diz: ‘Passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas.” O suposto chefe de gabinete sugere “botar uma pedra em cima” das denúncias contra Feliciano.

Depois, ela gravou os dois vídeos nos quais desmentia ter feito qualquer tipo de acusação contra Feliciano. Esses vídeos são anteriores ao registro de ocorrência que ela fez na delegacia.

“A todos esses jornalistas que me ameaçaram dizendo que eu tinha que contar a verdade, tô aqui falando a verdade. A verdade é que vocês estão mentindo, tá em época de eleição… O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito bom respeitoso, muito amigável. Então, não propaguem mentiras”, diz Patrícia Lélis em um dos vídeos publicados.

G1

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