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Temer só vai conversar com Lula ou Dilma depois da reunião do dia 29

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publicado em 22/03/2016 às 10h19
Michel Temer

Se o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rouseff traçaram como estratégia uma reaproximação com o vice-presidente Michel Temer para barrar a aprovação do impeachment, vão procurar e não vão encontrá-lo. A ordem na cúpula do PMDB é que Temer continue “em lugar incerto e não sabido” e que seja preservado inclusive de conversas com lideranças da oposição para não dar combustível para o discurso governista do “golpe” .

— A chance de haver essa reaproximação com Dilma e Lula é zero. Temer está em lugar incerto e não sabido, quem o procura não está achando. Ele vai continuar em lugar incerto e não sabido até o dia 29, quando o PMDB deve formalizar o rompimento com o Governo — diz uma fonte do PMDB.

Embora os senadores da oposição estejam conversando com os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para articular o impeachment, Temer não quer se envolver nem com o Planalto nem com o processo no Congresso. Na cúpula do PMDB houve certa irritação com entrevista do senador José Serra (PSDB-SP), que, ao jornal O Estado de São Paulo, falou sobre a eventual formação de um ministério “de notáveis” e sobre a impossibilidade de Temer de se candidatar em 2018. Em nota divulgada nesta segunda-feira, o vice-presidente que ‘não tem porta-voz, não discute cenários políticos para futuro governo e não delegou a ninguém anúncio de decisões sobre sua vida pública”.

Os senadores estão conversando entre eles, mas Temer tem que ser preservar como um todo. Até para não dar abertura para manifestações como a de Serra. O que aconteceu foi bem chato, não foi bom para ninguém e ele arrumou confusão ate´dentro do PSDB — reagiu um peemedebista.

Em reação a entrevista de Serra, na tribuna do Senado a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) acusou lideranças do PSDB e PMDB de estarem já negociando “um acordão” para ocupar o lugar da presidente Dilma e parar as investigações da Lava-Jato.

— Que normalidade é essa que se refere o senador José Serra? A normalidade de parar as investigações da Lava-jato? E o que é parar a caça as bruxas? Um governo de concertação para parar as investigações? Acabar as investigações? — protestou Gleisi.

O líder Cássio Cunha Lima PB) explicou então que o PSDB tem sim conversado sobre saídas para o Brasil diante da iminente queda da presidente Dilma. Confirmou que o PSDB vem conversando com o PMDB há algum tempo sobre o pós-impeachment e que agora essas conversas estão se afunilando.

— O senador José Serra fez uma entrevista analítica que aponta caminhos para sair da crise. Um homem de visão como Serra pensa lá na frente e se preocupa com saídas para o Brasil. Não é um conchavo, é um entendimento em favor do Brasil. E o PT será chamado também, porque mesmo que perca a presidência, continuará tendo responsabilidades sobre o Brasil — respondeu Cássio Cunha Lima.

O Globo

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