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Operação Zelotes

Empresário paraibano é indiciado pela Polícia Federal

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publicado em 27/11/2015 às 12h09
atualizado em 27/11/2015 às 11h28
Empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono da CAOA

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta quinta-feira (26) o primeiro inquérito que investiga a suposta compra de medidas provisórias para que algumas empresas do setor automotivo fossem beneficiadas por incentivos fiscais, um dos focos de apuração da Operação Zelotes, que investiga um suposto esquema de corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado do Ministério da Fazenda, responsável por julgar os recursos administrativos de autuações contra empresas e pessoas físicas, por sonegação fiscal e previdenciária.

Ao todo, 19 pessoas foram indiciadas pela PF, entre os quais o empresário paraibano Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do Grupo Caoa, e os executivos Eduardo Ramos e Paulo Ferraz, ambos da MMC Automotores do Brasil – fabricante dos veículos Mitshubish no Brasil.

A CPI do Carf no Senado, que investiga a suposta manipulação em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para favorecer empresas investigadas por crimes contra a Receita Federal, aponta que a MMC Automotores do Brasil teria sido favorecida em julgamento que fez despencar uma dívida com o Fisco de R$ 266 milhões para R$ 960 mil.

O esquema, investigado na Operação Zelotes, pode ter resultado em prejuízo de R$ 19 bilhões à Receita. MMC Automotores do Brasilteria sido favorecida em julgamento que fez despencar a dívida com o Fisco de R$ 266 milhões para R$ 960 mil.

Além dos executivos da Caoa e da MMC Automotores, o ex-diretor do Senado Fernando Cesar Mesquita também foi indiciado pela Polícia Federal.

Segundo as investigações, há indícios “contundentes” contra os três empresários, o ex-diretor do Senado, lobistas e servidores públicos.

Novo inquérito
Também nesta quinta-feira, a PF abriu outro inquérito para aprofundar as investigações sobre a compra de medidas provisórias. Nesta nova investigação, os policiais irão apurar se há envolvimento do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho mais novo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma das empresas do filho caçula de Lula recebeu mais de R$ 2 milhões de um escritório de advocacia investigado pela Operação Zelotes.

Versão dos suspeitos
Responsável pela defesa de Oliveira Andrade, o advogado José Batochio afirmou à TV Globo que não sabe por que os indiciamentos aconteceram, sendo que, segundo ele, a Caoa – empresa que seu cliente controlava – teve dois recursos julgados pelo Conselho Administrativo da Receita Federal (Carf) e negados por unanimidade.

“Então, não se compreende como possa ter havido qualquer irregularidade”, questionou o defensor.

A MMC Automotores do Brasil afirmou que não vai comentar a acusação neste momento.

O ex-diretor do Senado Fernando Mesquita afirmou à TV Globo “que nunca interferiu em nada”. Ele disse ainda que não existe nenhum fato que o implique nas investigações e que vai se defender na Justiça e demonstrar que não tem participação no assunto.

Por meio de nota, o advogado Cristiano Zanin Martins, que comanda a defesa do filho mais novo de Lula, reafirmou que seu cliente prestou serviço na área de marketing esportivo para a Marcondes & Mautoni por meio da LFT Marketing Esportivo. De acordo com o criminalista, os serviços foram comprovados.

“Ao final dos trabalhos foram entregues relatórios sobre cada um dos projetos elaborados, como documentou junto à Polícia Federal. A LFT recebeu pagamentos da Marcondes & Mautoni entre junho de 2014 e março de 2015, à medida que os trabalhos contratados foram executados. Todos os valores foram declarados à Receita Federal e houve a emissão de notas fiscais, com os devidos impostos recolhidos”, escreveu Martins na nota.

MaisPB com G1

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