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Menino é contratado por mensagens no Facebook para matar

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publicado em 16/10/2015 às 11h05

Na caixa de mensagens de sua página no Facebook, um garoto de 14 anos recebeu a proposta: cometer um assassinato sob a recompensa de US$ 1,9 mil (cerca de R$ 7,2 mil). O jovem foi preso na cidade mexicana de Tijuana, na fronteira com os Estados Unidos, após cometer o crime. Disse a autoridades ter deixado um táxi, caminhado até sua vítima – um homem de 35 anos – e atirado na cabeça dele com uma arma calibre 40.

“O menino nos disse que havia recebido a mensagem por Facebook”, disse a jornalistas Miguel Ángel Guerrero, coordenador de Investigações Especiais do Governo do Estado de Baja California.

Após receber a mensagem – que oferecia 31.000 pesos mexicanos – o jovem concordou em realizar o crime numa das principais estradas da cidade. Foi, então, a uma área de Tijuana conhecida pelos bares e tráfico de drogas. “Deram-lhe uma arma e mostraram-lhe quem deveria matar”, disse Guerrero. “O menino se abaixou, disparou, correu pela avenida Revolución, onde foi detido por policiais municipais com a arma e confessou”.

O fato ocorreu no sábado (10) e foi divulgado pelas autoridades na quarta-feira (14). O garoto deverá ser ouvido por um tribunal de menores. A vítima, segundo autoridades, teve ferimentos no rosto, peito, na costela esquerda e em ambos os ombros e morreu enquanto recebia atendimento médico.

Menores no crime

Não é a primeira vez que crianças são envolvidas em tais incidentes no México. Muitas vezes, são contratadas por cartéis de drogas e gangues criminosas como “falcões” para informar sobre a movimentação em determinados lugares.

Mas também já houve casos de crianças pistoleiras. O mais conhecido, chamado de “El Ponchis”, refere-se a um garoto de 14 anos que foi preso em dezembro de 2010 e confessou ter matado quatro pessoas enquanto trabalhava como assassino para um cartel de drogas. Na época, foi informado que ele cobrava o equivalente a US$ 2,5 mil por morte.

Cerca de 5 mil menores estão presos no México. Entre eles, mais de 1 mil cometeram crimes graves, como trabalhar como assassinos para grupos criminosos, segundo relatório oficial divulgado neste ano.

Autoridades de Tijuana reconhecem que é crescente a participação de menores em crimes. “Eles participam cada vez mais de crimes de alto impacto, como roubo a casas”, disse Alejandro Lares Valladares, da Secretaria Municipal de Segurança Pública.

O Comitê sobre Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas exigiu que o México tome medidas para proteger os menores de idade do crime organização e imigração.

Em documento, o órgão manifestou preocupação com o recrutamento de menores por grupos criminosos e que não há políticas públicas para combater esta prática.

Terra

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