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Ataque a hospital no Afeganistão pode ser crime de guerra, diz ONU

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publicado em 03/10/2015 às 15h07
atualizado em 03/10/2015 às 12h08

O chefe do escritório de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad al-Hussein, falou em “crime de guerra” ao comentar, neste sábado (3), o bombardeio que atingiu um hospital da organização Médico sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão. Ao menos 19 pessoas morreram.

“Esse evento profundamente chocante deve ser rapidamente, profundamente e independentemente investigado, e seus resultados devem ser tornados públicos”, disse Zeid Ra’ad al-Hussein em um comunicado. “A seriedade do incidente é ressaltada pelo fato de que um bombardeio contra um hospital pode ser considerado um crime de guerra.”

Para ele, o incidente “extremamente trágico, sem desculpas e possivelmente até criminoso”.

“A aviação militar afegã e internacional tem a obrigação de respeitar e proteger os civis o tempo todo, e as instalações médicas e seu pessoal são objeto de proteção especial.”

Entre os mortos. estão 12 funcionários da organização, quatro pacientes adultos e três crianças. Outras 37 pessoas ficaram feridas – entre elas 19 funcionários.

O MSF disse em nota que todas as partes envolvidas no conflito no país foram informadas sobre a localização precisa de seu hospital e de outras instalações do grupo. Ainda de acordo com o MSF, o bombardeio continuou por 30 minutos mesmo após militares dos EUA e afegães terem sido informados sobre o ataque.

O estabelecimento da MSF em Kunduz é um centro hospitalar importante na região e estava funcionando além de sua capacidade durante os recentes combates entre o exército e os talibãs, que assumiram o controle da cidade durante vários dias.

“O centro de traumatologia da MSF em Kunduz foi atingido várias vezes durante um bombardeio prolongado e ficou muito danificado”, informou a ONG em um comunicado. “Confirmamos a morte de nove membros da MSF durante o bombardei (…) 37 pessoas estão gravemente feridas e se desconhece o paradeiro de muitos funcionários e pacientes”, acrescenta o texto.

No momento do bombardeio, 105 pacientes e pessoal sanitário e mais de 80 funcionários internacionais e locais se encontravam no hospital.

A organização informou na véspera que 59 crianças estavam sendo atendido no centro.

G1

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