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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Corte de gastos e a pedagogia do exemplo

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publicado em 22/03/2015 às 17h45

É, pelo menos, curiosa, a repentina plataforma do PMDB na defesa do enxugamento da máquina pública federal entre os ajustes a serem feitos pela presidente Dilma Roussef para conter a crise política e econômica que assola sua gestão, com repercussão popular registrada nas ruas nesse 15 de março.

Logo o PMDB, o mesmo partido que desde o começo da Era Dilma faz birra, beicinho e briga para arrancar mais ministérios e espaços no governo. Será que a legenda também aceita a diminuição proporcional de seus cargos para contribuir com a readequação da estrutura administrativa?

A tese é até bacana e austera, mas, cá pra nós, não combina em nada com o figurino do PMDB, useiro e vezeiro da prática fisiologista. Essa legitimidade não cabe na silhueta peemedebista, acostumada a ser base de todos os governos da era democrática brasileira.

Contradições do PMDB à parte, o bom senso indica a linha “corte na carne” à Dilma. O sacrifício e a paciência requeridos ao povo brasileiro só podem ser interpretados como um esforço nacional para amenizar a debilidade econômica se forem acompanhados da parte cabida ao governo.

Nisso, sobra razão à oposição. A máquina brasileira, além de cara e recheada de 130 mil cargos comissionados, sobeja excessos. Começaram por Lula e foram ampliados por Dilma. A criação de novos ministérios não atendeu a demandas sociais, mas a necessidade política do governo atrair adesões no Congresso. Trinta e nove ministérios é um número exagerado aqui ou no Vietnã.

As medidas de arrocho não podem ter como único endereço o bolso do trabalhador, que passou a pagar o dobro em energia elétrica, diminuir produtos na feira e abastecer o carro no sacrifício. Se não der o exemplo e chamar a responsabilidade também para si, o pacote anti-crise de Dilma só alargará o fosso entre ela e a Nação. Para o governo o filé. Para o povo o osso.

Contra… – Secretário-executivo de Comunicação, Célio Alves reagiu às críticas do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ao governador Ricardo Coutinho e a suspeição ao TRE da Paraíba.

…Ataque – “Cássio continua sem assimilar a derrota. É descabida a acusação. Ricardo chefia o Executivo. Pela Assembleia e TRE falam ambos”, revidou o auxiliar do socialista.

Na ponta da mesa  – Focado na estratégia de consolidação de liderança regional, o governador Ricardo Coutinho deve reunir os governadores nordestinos, em Brasília, antes do encontro com a presidente Dilma, marcado para esta quarta-feira. Indefinido mesmo só a ocasião: falta decidir se será num jantar ou café da manhã.

Cada qual… – Enquanto Gilberto Kassab se reunia com Ricardo no Palácio, quinta à noite, o deputado Rômulo Gouveia, que mesmo cicerone do ministro evitou o encontro, e o…

No seu quadrado – …Prefeito Luciano Cartaxo (PT), cuja aliança com o PSB anda fissurada, jantavam fraternal e animadamente noutro ponto da cidade. Era o aniversário do ‘gordinho’.

Divã – Ala dissidente do PT reivindica a “refundação do partido”, tese que deixa o comando petista em depressão. A idéia é do ex-deputado Paulo Delgado (MG), sem mandato.

Novos companheiros – Aniversário de 70 anos de Marta Suplicy, em vias de filiação ao PSB, reuniu de tucanos, a pepessistas e Democratas. Do PT, só passou o senador Delcídio Amaral.

Pergunta-se – Em tempos de crise hídrica e seca, quantos poços cavou este ano na Paraíba a CDRM, readaptada na reforma de Ricardo e agora integrante da Secretaria de Infraestrutura?

Outra – Para que está servindo até aqui a recém-criada Secretaria Estadual de Agricultura Familiar, além dos cargos para contemplar o apoio do aliado PT na eleição?

Fardo – Na Assembleia, deputados brincam. A cirurgia de coluna Tião Gomes (PSL) tratará problema adquirido pelo ‘peso’ da defesa do governo quando a bancada esvaziou.

Divisão – Em Sousa, integrantes da oposição admitem, nos bastidores. A pulverização de candidaturas beneficia a reeleição do prefeito André Gadelha (PMDB).

Do público ao privado – Não é só os professores da Capital que estão em greve, jogadores do Santa Cruz, de Santa Rita, chegaram a parar e os do Auto-Esporte cruzaram os braços recentemente.

Conciliação – O ex-senador Wilson Santiago (PTB) não vê obstáculos, na Paraíba, para fusão do seu partido com o DEM. “É só estabelecer critérios de alternância”, receita Santiago.

PINGO QUENTE – “Ele era um padre na campanha, com todo respeito aos padres”. Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), sobre a “diferença”, nas suas palavras, do “Ricardo governador” do “Ricardo candidato”.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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