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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Fulgêncio e um toque de conceito na base

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publicado em 07/03/2015 às 11h41
atualizado em 07/03/2015 às 08h45

Coube ao secretário de Articulação, Adalberto Fulgêncio, a deflagração do processo de pacificação da arisca base aliada do prefeito Luciano Cartaxo, em rota de colisão com a gestão de João Pessoa. O encontro não foi para dimensionamento do tamanho da bancada, mas para estabelecimento de algumas premissas na relação.

Primeiro para a compreensão de que a ligação não pode se resumir apenas aos vínculos de espaços. Claro que aliado tem que governar junto, mas essa não pode ser a única e isolada condicionante para uma convivência institucional entre dois poderes com responsabilidades distintas, porém igualmente importantes e vitais para a cidade.

Na sua pregação, Fulgêncio dissertou sobre as obras e projetos em curso na gestão em conflito com o desafio paralelo das restrições orçamentárias impostas pela crise econômica nacional, refletida nos repasses federais e na arrecadação municipal, em profunda crise nesse primeiro trimestre.

Por outro lado, os vereadores apresentaram queixas quanto às dificuldades de soluções de demandas de suas bases e certa desatenção de secretários no trato pessoal e a encaminhamentos igualmente importantes tanto para o cotidiano da cidade quanto para o fortalecimento dos seus respectivos mandatos.

Em nome do prefeito, Adalberto defendeu uma interação mais aproximada, que se sobreponha à uma convivência baseada na descomprometida troca de espaços de poder. A tese é superar o viés eminentemente político-partidário e gerar a construção no nível de projeto, no sentido amplo da expressão.

Essa costura passa pelo processo de dotação da bancada de elementos e subsídios para apropriação da filosofia e conseqüente defesa da gestão. Cartaxo e seu governo trabalham para remodelar as bases dessa conformação, conciliando as naturais relações de poder com conceito e nível público exigidos pelos novos tempos.

Tintim… – Da bancada de 25, 18 vereadores apareceram no encontro no Paço Municipal. Dois justificaram a ausência. A reunião durou quatro horas. Começou às 9h e findou às 13h.

…Por tintim – Doze vereadores falaram. Ficou definido um calendário quinzenal de reuniões e a divisão dos parlamentares por grupos temáticos para interação e defesa da gestão.

Eixos de atuação – Responsável pela condução política, Adalberto Fulgêncio não diz, mas tem como meta daqui a um ano viabilizar as condições de uma conjuntura favorável à reeleição do prefeito Luciano Cartaxo e da base aliada, do ponto de vista partidário, do saldo social e do alicerce político. Uma tarefa desafiadora pelo caminho.

Queixa – Nos bastidores, o líder do governo, Marco Antônio (PPS), reclamou da dificuldade de diálogo com o prefeito e secretários: “Esse ‘apelido’ de líder não adianta nada”.

Atrasos – Partiu do vereador Bosquinho (DEM) o alerta interno mais crítico na reunião. Trouxe, da rua, os burburinhos de inadimplência a fornecedores, o que pega mal pra gestão.

Revista – Do conclave, ficou acertada para segunda-feira uma reunião entre o prefeito Luciano Cartaxo e o presidente da Câmara, Durval Ferreira, ausente do encontro com Adalberto.

Reprise – Ao saber das promessas de reuniões periódicas, o vereador Raoni Mendes (PDT) – calo do governo – ironizou: “Há um ano prometeram a mesma coisa à bancada”.

Metamorfose – Após o encontro com Fulgêncio, não será surpresa se o bloco governista converter em convite a convocação da secretária Edilma Ferreira, da Educação, estopim da crise.

Passagem – Em almoço na Granja Santana, o embaixador e ex-ministro Celso Amorim contou ao governador Ricardo Coutinho alguns episódios de sua experiência pelo Itamaray.

Pé na Paraíba – O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) dá uma pausa no mergulho do debate nacional e pousa hoje em Sousa. Estica sua passagem no Sertão indo a São José da Lagoa Tapada.

Readaptação – Deputados seguidores do ex-presidente da Assembleia Ricardo Marcelo (PEN) estão tendo que adaptar, à nova realidade, o ‘tamanho’ dos respectivos antigos gabinetes.

Reformulação – “Temos que readaptar o PT que já foi o mais forte da Paraíba”. Conselho do presidente estadual da legenda, Charlinton Machado, aos “companheiros” de Campina Grande.

Voto de silêncio – Anda muito calado o deputado Luiz Couto, ex-presidente do PT da Paraíba, sobre os rumos do partido no Estado. O que ele tem pensado e defendido internamente?

PINGO QUENTE

“Quem perdeu a eleição precisa respeitar a vontade do povo”. Do governador Ricardo Coutinho, refutando a tese de impeachment de Dilma para deixar recado com endereço certo na Paraíba.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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