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O corpo de Gerson de Melo Machado, o ‘Vaqueirinho’, foi velado e sepultado no fim da tarde desta segunda-feira (1º) no cemitério do Cristo, em João Pessoa. O jovem morreu nesse domingo (30) depois de invadir a jaula de uma leoa e ser mordido pelo animal no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, na capital.
Na despedida, estavam presentes familiares de ‘Vaqueirinho’. A prima dele, Ícara Menezes, disse que Gerson não era uma pessoa má e frisou que ele nunca contou com apoio psicológico do poder público.
“Ele não era má pessoa, ele nunca foi agressivo, nunca mexeu em nada de ninguém dentro de casa. Todas as vezes que ele teve uma passagem [pela polícia] foi sempre em troca de almoço, de janta, de pirulito. Ele nunca foi um menino ruim, foi apenas um menino que precisou de apoio e nunca teve”, citou Ícara.
Gerson teve a internação psiquiátrica determinada por decisões judiciais. Um mês antes do episódio com a leoa, a justiça decidiu encaminhar o jovem para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) por entender que laudos médicos comprovaram a incapacidade “de compreender o caráter criminoso de seu ato ou de se comportar de acordo com esse entendimento”.
Ministério Público acompanha o caso
O Ministério Público da Paraíba instaurou, neste domingo (30), por meio do 42º Promotor de Justiça de João Pessoa, Edmilson de Campos Leite Filho, uma Notícia de Fato para acompanhar as medidas adotadas pelos órgãos competentes relacionadas ao episódio ocorrido na Bica.
Para instaurar o procedimento, o promotor de Justiça levou em consideração o dever do Ministério Público de zelar pela efetividade das políticas públicas ambientais, pelo bem-estar da fauna e pelo cumprimento das normas de segurança e manejo previstas na legislação ambiental.
Considerou também a repercussão social e ambiental do fato, bem como a necessidade de avaliar, sob a perspectiva da tutela coletiva, as providências adotadas pelo Poder Público municipal no tocante ao manejo da fauna sob sua guarda.
Na NF, o Ministério Público determina que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam/JP) seja oficiada para informar no prazo de 15 dias, quais providências foram adotadas após o ocorrido, especificando eventuais procedimentos administrativos, vistorias, avaliações técnicas ou medidas de reforço de segurança relacionadas ao Parque Arruda Câmara.
No mesmo prazo, a direção do Parque Zoobotânico Arruda Câmara – Bica, deve esclarecer as providências adotadas em razão dos recentes acontecimentos, inclusive no tocante ao manejo e à proteção da leoa.
Câmara Municipal de João Pessoa cria Comissão Especial para apurar o caso
A Câmara Municipal de João Pessoa instaurou uma Comissão Especial Parlamentar de Acompanhamento e Cuidados, nesta segunda-feira (1º), para acompanhar as ações de segurança no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica). A medida tem validade de 30 dias foi instalada depois um pedido da Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa (Semam) enviado aos parlamentares após o jovem Gerson de Melo Machado, o ‘Vaqueirinho’, morrer ao entrar na jaula da leoa nesse domingo (30).
A Comissão é composta pelo presidente da Casa Napoleão Laureano, Dinho Dowsley (PSD), e os vereadores Eliza Virgínia (PP), Odon Bezerra (PSB), Marcos Henriques (PT), Durval Ferreira (PL), Fábio Carneiro (Solidariedade) e Marcos Vinícius (PDT).
O grupo de vereadores, conforme justificou o presidente Dinho Dowsley, vai desempenhar o papel de fiscalizar as providências adotadas pela Prefeitura de João Pessoa em relação à morte na Bica, depois de um jovem invadir a jaula do animal.
“A medida busca garantir total transparência, zelo e segurança em todas as etapas do processo, bem como assegurar que as ações adotadas pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, sejam acompanhadas de perto pelos representantes do Legislativo Municipal. A Comissão buscará as informações necessárias, pedirá esclarecimentos, solicitará documentos, e o suporte técnico da Semam para o pleno desempenho dos trabalhos”, citou Dinho.
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