João Pessoa, 27 de maio de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Se alguém perguntar por mim, diga que fui caminhar no mar. Essa imensidão azul sempre teve um poder mágico sobre mim, como um convite para escapar da rotina e mergulhar em novas possibilidades. Fui nadar, mergulhar… a água salgada abraçando meu corpo, levando embora as preocupações e trazendo à tona uma leveza que há tempos não sentia.
Fui aninhar, namorar… as ondas sussurrando segredos ao pé da areia, como se quisessem contar histórias de amores antigos e encontros inesperados. Esticar as pernas, caminhar na beira do mar, onde a areia fria se mistura com a espuma das ondas. Cada passo é um aviso de que estou viva, de que o mundo é vasto e cheio de beleza.
Também sei que o retorno é sempre difícil e doloroso. A vida nos puxa de volta, trazendo com ela as dores que tentamos evitar. É nesse momento que encontramos a dor, aquela que nos fez sair para não sentir mais, mas o mar tem uma forma especial de curar, ele leva e lava tudo a cuidar. Cada onda que quebra na praia parece levar um pouco da gente embora.
Se alguém perguntar por mim, diga que fui por aí… cantar no mar, deixar minha voz se perder nas brisas dos brasis. Cantar na praia, onde cada nota se mistura ao som das ondas e se transforma em música. Entrar no barco e me deixar levar para alto-mar, onde o horizonte é um convite à liberdade. Eu vou.
Olhar o luar refletindo na água é contemplar a beleza da vida em sua essência mais pura. Até o farol parece brilhar mais intensamente nessa ou naquela noite, iluminando não só o caminho dos barcos, mas também das memórias. Apreciar a marola enquanto a areia apaga tudo que escrevi sobre o amor é um ato de desapego. O amor é bonito, mas às vezes precisamos deixar que ele se transforme e siga seu curso.
Vou por aí me permitindo viver esses momentos fugazes junto do mar. Porque mesmo quando volto, sei que uma parte de mim ficará lá — nas ondas e no vento — pronta para ser chamada de volta quando eu precisar nadar novamente.
Então, se alguém perguntar por mim, não se preocupe em me procurar. Eu estarei lá no mar, entre as ondas e as canções do vento. E quem sabe assim eu consiga encontrar a paz que tanto busco, que está no mar.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
EM CAMPINA GRANDE - 21/05/2025