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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O negócio é amar

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publicado em 29/07/2023 às 07h00
atualizado em 29/07/2023 às 04h47

(para as meninas Vera e Glaciane)

Pode haver um modo que explique o amor e não há modo nenhum, nem na repetição da frase em inglês, que eu adoro dizer –  I love you, verga das imagens diversas nas narrativas dirigidas em papeis, mensagens ou ditas no ouvido, como a autêntica afirmação do Eu te amo.

“É tão lindo e raro ouvir essa palavra nos dias de hoje…quanta responsabilidade”, disse uma moça numa mensagem ao K

Passo a passo e tudo passa, amar ainda é o melhor negócio, sem preconceito, é claro.

Pode haver aquela maneira, de qualquer maneira sempre valerá a pena, de não precisar traçar uma explicação possivelmente tão mais cómoda e feita às naturezas da gente, o amor nasce, morre, porque são muitos amores e um dia se vai.

Amar um amigo, um homem ou uma mulher e assim continuarmos, seremos inteiros com os poucos que amamos, porque nem todos conseguem amar.

Ainda hoje tenho amor por pessoas que não vejo há anos, mas quando por acaso o sol se cansar e nos permitir o encontro na chuva, aí volta tudo e nesse voltar, o melhor é amar sem verbos, só amar sem essa de dizer  “eu juro, eu te amo desde que nasci”.

Numa postagem, vi que um beijo na boca de dois artistas, durante o show da banda inglesa The 1975, em Kuala Lampur, levou o cancelamento de um Festival de Música na Malásia. Isso foi a semana passada.

O beijo foi dado pelo vocalista Matty Healy no baixista Ross McDonald (foto), que durou apenas 20 segundos e foi o suficiente para que as autoridades encerrassem o show, e não permitissem a sequência do festival. Puxa vida, a obtusidade destrói tudo.

É assim: a cena de amar tende a levantar a sacudidela dos preconceituosos, aqui ou lá na Malásia, onde a homossexualidade é crime e pode levar a vinte anos de prisão.

 A vida de cada um não interessa a ninguém, metidos em que estamos nessa bateria de sistemas políticos, que antes, quando eu era garoto, no Brasil, se dizia ser doença a homossexualidade e, somente há 33 anos,  a OMS removeu homossexualidade da lista de doenças, mas na Malásia é crime.

É como se a vida de cada um, fosse da conta dos outros. Não é, nunca foi.

Kapetadas

1 – Ninguém é mais ou menos do que ninguém, todo mundo é único.

2 – Taí uma coisa que o Brasil não conseguiu tropicalizar: o preconceito

3 – Eu não iria de pink ao cinema nem que o filme tivesse roteiro de Guimarães Rosa.

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* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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