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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

O François demais querido

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publicado em 03/05/2023 às 07h34
atualizado em 03/05/2023 às 08h03

(para os netos)

Ainda me surpreendo. A morte é a mais estranha forma de vida, a morte e a vida não combinam.

A minha loucura torna-se insegura, eu recolho as palavras, que não saem da minha boca, sequer abraçam os sentidos.

Pode e de deve haver um modo que explique a perda de uma pessoa querida, amada, como era François.

François não cabe nas imagens e narrativas mais sublimes, um mago e uma estrela inquieta.

Pode e deve haver a velha maneira de acenar, mas não houve, se quer uma explicação possivelmente mais cômoda, para dizer que ele não está mais entre nós.

Feito às naturezas da gente, as alegrias, as dores, os homens, mulheres e os cachorros.

A casa de François e Heloisa – tão linda e eu disse tantas vezes: Que casa linda! Se eu tivesse dinheiro compraria por um preço a cima da nossa estima. Mania que eu tenho de gostar da casa dos outros…

É assim: a cena tende a principiar a ausência, a viagem de François  ao longe levanta a espuma do mar, ali de frente, bonita é essa onda do mar, eu e meu filho Vitor pequeno e François puxando conversa comigo. Que amigo bom, nós perdemos.

Eu não sei mais o que dizer.

Inventamos a ternura, vivemos de inventar, a inocência, a delicadeza, a saudade, sim,  a saudade mata a gente.

Não sei mais o que escrever.

PS. Hoje não tem Kapetadas

 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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