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Pré-candidaturas da terceira via nascem fragmentadas com palanques divididos

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publicado em 27/05/2022 às 10h03

Opositores ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os pré-candidatos da chamada terceira via não devem ter um caminho fácil pela frente rumo ao Palácio do Planalto. Mesmo com recursos robustos do fundo eleitoral e um grande contingente de deputados, prefeitos e vereadores país afora, Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Luciano Bivar (União Brasil) enfrentam divisões internas, palanques duplos e até esvaziamento dentro de seus próprios partidos.

Os três terão como desafios frear a debandada de aliados, conquistar palanques fiéis nos estados e conseguir mobilizar uma militância que consiga medir forças com apoiadores do presidente e do ex-presidente, dois líderes com uma ampla base social.

Ciro Gomes, que disputa a Presidência pela quarta vez é o único dos três pré-candidatos de partidos de centro que tem uma militância mais orgânica nas ruas e, principalmente, nas redes sociais. Seu ponto fraco para a eleição deste ano são os palanques frágeis na maioria dos estados. Dentre os maiores colégios eleitorais, o PDT concorrerá a governos estaduais com nomes competitivos apenas no Ceará, Rio de Janeiro e Maranhão.

Partido de porte médio, o PDT tem 19 deputados, 1 governador, mais de 300 prefeitos eleitos em 2020 e terá cerca de R$ 250 milhões de fundo eleitoral, segundo estimativa da Abradep (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político).

No MDB, a senadora Simone Tebet enfrenta cenário semelhante, com dissidências dentro de seu próprio partido e conflitos nos estados com os potenciais aliados PSDB e Cidadania. A senadora é encarada como um nome leve e que pode ser apoiado nos estados sem gerar rejeição para os candidatos locais.

Mas, além da falta de musculatura política para garantir o engajamento dos aliados em sua campanha ao Planalto, a aliança com o PSDB e Cidadania ocorre em torno de um nome próprio apenas no estado de São Paulo, com a pré-candidatura à reeleição do governador Rodrigo Garcia (PSDB).Em outras cinco unidades da federação, por outro lado, a expectativa é de embates diretos entre os partidos da coalizão, caso do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Amazonas e Rio Grande do Sul.

Pré-candidato a governador da Paraíba, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) elogiou a pré-candidata a presidente de seu partido, disse que está aberto a recebê-la no estado, mas reafirmou sua posição de apoio à Lula. “Posso recebê-la na Paraíba. Mas o fato de recepcioná-la não significa alteração de rumos do MDB local que apoia, convictamente, com segurança do que está a fazer, Lula”, disse em entrevista à Arapuan FM, na segunda-feira (23).

A candidatura ao Planalto de Luciano Bivar (União Brasil) é a que possui maior nível de isolamento e grandes chances de ser cristianizada –jargão político que remete a Cristiano Machado, candidato a presidente em 1950, que sucumbiu com adesão dos correligionários a outro candidato.

O partido criado a partir da fusão do PSL e do Democratas vai para a eleição como a legenda mais rica do país, com um fundo de financiamento de campanhas estimado em R$ 770 milhões.
Por outro lado, deve ir para a eleição como um candidato à Presidência com baixa taxa de conhecimento do eleitorado e baixo engajamento nas redes sociais.

Com informações da Folha de São Paulo

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