João Pessoa, 06 de setembro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na semana da independência, ouso me associar às inúmeras homenagens prestadas ao aniversariante do dia 7 de setembro, o jornalista Kubitschek Pinheiro. Kubitschek, Kubi ou, simplesmente, K, é um arguto observador, um sofisticado voyeur, de caneta febril e estilo joyceano.
K vertebra sua coluna com cotidiano, música, cinema e poesia. Imagino-o a urdir seus textos sob o asfalto litorâneo de João Pessoa, em reflexões que dão luz, cor e dignidade à polis e seus habitantes.
Suas crônicas descortinam o cotidiano da capital paraibana, num encadeamento vertiginoso de imagens, sentimentos, confissões e memórias. Seu teclado erige monumentos à cidade mais agradável do Brasil. K nunca se mostra com “cara de ontem”.
Em seu kubismo, Kubitschek pinta retratos tridimensionais da cidade e de seus anônimos personagens. Sua prosa passeia por nossa amada “Jampa”, como Leopold Bloom palmilha as ruas de Dublin.
O que era paisagem, vira cenário, que remete a uma música ou a um filme, que impele o jornalista-poeta a invocar pessoas, que são como personagens de um romance vivo, transmitido via streaming da rede neural do K. Seus textos arejam a vida ordinária, são experiências sensoriais, que convidam ao mar e a amar, sempre ao ar livre.
O idioma é o seu playground. Kapeta, brinca com aliterações e quebra paralelismos sem parcimônia. Seus textos são tempestades sinápticas seguidas de dilúvio imagético. Não raro, propõe imagens inusitadas que desafiam a nossa capacidade de projetá-las mentalmente.
Suas crônicas febris são labirintos mentais. Apraz-me perder-me em seus devaneios kafkianos, entre um coqueiro e outro da praia de Tambaú. K se divide entre livros, filmes e discos. K multiplicado é uma fragorosa risada! Nosso K, uma letra transbordante, que mil livros não comportam.
Rogo a Deus que nos preserve a espontaneidade, o caos e a leveza do K!
KUBITSCHEK-LIST:
João Pessoa – schek
Música- schek
Cotidiano – schek
Poesia – schek
Cinema – schek
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