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Genoino entrega cargo no governo e diz que STF errou em condenação

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publicado em 10/10/2012 ás 12h43

O ex-presidente do PT José Genoino entregou o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa nesta quarta-feira (10). Ele também afirmou que o STF (Supremo Tribunal Federal) errou em sua condenação no julgamento do mensalão e disse não se envergonhar de nada.

Genoino anunciou a saída do governo durante a leitura de uma carta na sede do PT em São Paulo. O petista não respondeu as perguntas dos jornalistas. O pronunciamento durou cerca de cinco minutos. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas.

"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes", afirmou o ex-presidente do PT durante reunião do Diretório Nacional do PT. "Não me envergonho da nada."

Ontem, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou, durante o julgamento do mensalão, por sua condenação pelo crime de corrupção ativa. "A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um inocente, condenou-me sem provas. Reservo o direito discutir democraticamente esta decisão."

Ele também falou que existe uma campanha de ódio contra o PT.

"A minha condenação é uma tentativa de condenar todo um partido", afirmou. "Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião", completou.

Segundo Genoino, o julgamento está sendo feito em meio "a diuturno e sistemática campanha de ódio contra o PT".

"Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno no momento em que os juízes são pautados por cometários políticos?", questionou.

O Palácio do Planalto já havia avisado ao Ministério da Defesa que Genoino que teria de pedir demissão do cargo no governo quando terminar o julgamento de sua participação no mensalão, informou Vera Magalhães na coluna Painel de hoje.

Ele foi aplaudido pelos correligionários durante o pronunciamento.

ACUSAÇÃO

De acordo com a Procuradoria, o ex-presidente petista participou das negociações com os partidos aliados e com os bancos que alimentaram o valerioduto e orientou a distribuição do dinheiro do esquema.

A defesa do ex-presidente do PT afirma que Genoino não lidava com as finanças do partido, apenas com a articulação política. Afirma ainda que ele só assinou os contratos dos empréstimos dos bancos por obrigação formal como presidente da sigla e nega ter orientado a distribuição de recursos do valerioduto.

O esquema de compra de apoio político no Congresso, que ficou conhecido como mensalão, foi revelado pela Folha em 2005, em entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), dando origem ao principal escândalo do governo Lula e provocando uma CPI no Congresso.

Folha.com

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