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Ney Matogrosso e Fernanda Cabral falam da parceria de sucesso

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publicado em 15/08/2020 às 08h13
atualizado em 15/08/2020 às 05h43

Reportagem: Kubitschek Pinheiro – MaisPB

A cantora e compositora brasiliense Fernanda Cabral, que morou parte de sua vida em João Pessoa, vai lançar dia 4 de setembro seu segundo álbum “Tatuagem Zen”, que sairá pelo selo Matogrosso Produções, (do artista Ney Matogrosso). São com 12 canções feitas em parceria com Fernando Brant, (1946 – 2015), Chico César, Sacha Amback e Lau Siqueira, entre outros. O álbum tem produção musical de Sacha Amback, o multi-instrumentista paraibano Chico Correa e o espanhol Vicent Human.

Já foi lançado o primeiro single e clipe de “Pássaro”, que ela canta com Ney Matogrosso. A canção com letra de Chico Cesar e melodia Fernanda, fala da liberdade, da força da natureza, uma cena de cinema, só que bem real. Já saiu o segundo single e clipe de “Até você voltar”, letra de Lau Siqueira e melodia da artista. Nove anos da edição do primeiro álbum “Praianos”, com repertório autoral, Fernanda Cabral alça voo com “Tatuagem Zen”. O Pássaro ela já soltou.

“Eu estava no Rio, ia encontrar meu produtor Sacha (Amback) e me veio a melodia inteira. Eu mostrei a Sacha e pedi que ele harmonizasse. Quando terminamos, ele disse: essa canção é a cara do Ney (Matogrosso). Ele mostrou e Ney, que na hora disse que gravaria comigo. Nos conhecemos no estúdio”, disse Fernanda em entrevista ao MaisPB. A gravação foi em 2019.

A canção “Pássaro” foi inspirada no voo de uma águia na cidade de Catolé do Rocha, interior da na Paraíba. Fernanda esteve lá dando um curso de teatro. “Isso foi há cerca de oito anos. Chico foi meu parceiro no meu primeiro disco. Subimos no Monte Tabor, onde a gente ver um vale lindo e a cidade de Catolé toda. Quando estávamos subindo, uma águia fez um voo bem próximo a mim. E sumiu, eu pedi em pensamento que ela voltasse e o pássaro veio e posou na minha frente: fotografei e mandei na hora para Chico César, que em poucos minutos me devolveu a letra”, lembra Fernanda e canta ao telefone: “Ah, pássaro, posso ser e não possuir, ir de asas abertas, coração em loca, vida em ar. Ah, pássaro, passa-me e em mim fica, a leveza, lindeza em “v” de voo. Há pássaro e com ele o presente, o plenar, o apenas passarar”.

“Eu até comentei com Ney essa história da canção Pássaro, da cena, como aconteceu na Paraíba. Foi muito forte meu encontro com Ney. Nós estávamos nos conhecendo e colocando um filho no mundo, que é essa canção, esse pássaro. Nos conhecemos em processo de criação. Na hora ele me deu um toque – (a letra tem o verbo passará), quando eu cantava, ele disse, não esqueça é um verbo’ . Essa canção foi a última a entrar no disco, nem estava prevista”, relatou a artista

“Eu gostei demais de cantar com ela. A Fernanda trabalhou na construção dessa faixa com Sacha Amback, que é meu diretor artístico e musical. Ele me falou que tinha uma música muito bonita e se eu podia fazer um dueto. Me mandou, eu ouvi, achei linda e fomos para o estúdio e gravamos. Estou lançando o disco dela pelo Matogrosso Produções que já lançou Zé Maria, que é um pescador do Rio Grande do Norte e Vitor Pirralho, que é um cantor novo de Sergipe”, comentou Ney Matogrosso em entrevista ao MaisPB.

Foto: André Amaro

Ney lembra que viu em Fernanda um talento que precisava ser mostrado. “Vi sim, ela tem uma voz linda, canta muito e não poderia ser diferente, cantamos juntos. Eu adoro a gravação de Pássaro”.

“Esse disco tem uma relação muito forte com o Estado de Mato Grosso. A última faixa, Floresta Invertida ( dela e Makeluk, ele de Minas), termina com uma cantoria dos índios Guarani-Kaiowá do Mato Grosso, que é o Estado que Ney nasceu. Eu comentei com ele. Esse meu disco fala muito da natureza, e eu fiz um trabalho lá durante dois meses de direção musical com a tribo Guarani-Kaiowá.”, disse.

Fernanda que tem ascendência indígena por parte do pai, (Bebé Cabral), com os índios de Itapuaia. “Eu tenho uma ligação muito forte com o povo indígena e Ney também. Ele ficou feliz quando soube que meu disco fecha com a canção Floresta Invertida, e que os índios cantam comigo”, disse.

Faixa por faixa. Doze músicas compõem o repertório de “Tatuagem zen”, que dá nome ao disco, melodia dela e letra de Lau Siqueira, seguida de “Cerrado”, ( ela), “La tierra gira en tu vientre” melodia dela e letra de Pablo Guerrero, “Desenho dos sonhos” letra e música dela e de sua mãe, a cineasta, Elisa Cabral, “Pássaro” (Fernanda Cabral e Sacha Amback e letra de Chico César), “Sentido” dela com letra de Cássia Janeiro, “Até você voltar”, melodia de Leo Minax, com letra dela e Leo Minax, “Quando a sereia sonha” de Alberto Salgado e Fernanda Cabral, “Você” de Fernanda com letra de Paula Calaes, “Minha estrela”, de Fernanda com letra inédita de Fernando Brant, . “A quarta parte de mim” Fernanda colocou melodia na letra de Juliano Holanda e fecha o disco com “Floresta Invertida” dela e Makely ka

Temporada na Espanha

Foto: Márcio Scanove

Com quase 20 anos de atividade musical, Fernanda Cabral, é uma voz bem conhecida na Espanha. Tanto que, nessas quase duas décadas de carreira, a artista atuou sobretudo entre o Japão e a Europa – com ênfase no circuito espanhol, onde Fernanda, a convite do cineasta Pedro Almodóvar, trabalhou como preparadora vocal do filme “A pele que habito” (2011). Ela é também é atriz e tem uma forte presença cênica no palco quando está cantando.
Antes de morar em Madrid, ela apresentou um monologo em Brasília, sobre a vida de Frida Kahlo. “Eu fiz uma adaptação do livro dela e Hugo Rosas dirigiu. Fui premiada com uma Bolsa da Caps para estudar e morar dois anos fora do Brasil, mas terminei ficando 15 anos. Meu primeiro disco foi gravado lá na Espanha e parte na Paraíba”. Nesse disco ela canta com Chico Cesar, a canção que dá nome ao CD, “Praianos”.

O sonho dela é cantar no Teatro Paulo Pontes ou no Santa Roza, mas isso só deverá acontecer pós pandemia. “Quero muito cantar num teatro em João Pessoa. Já me apresentei aí em festivais, noutros lugares”.

No primeiro disco “Praianos” tem uma música chamada “Monteiro Lobado”, o nome da rua em que ele morou em Tambaú. “Na minha rua tinha um pescador, Seu Antonino, que era meu amigo. Essa música fala da minha infância ai em João Pessoa”.

Depois da pandemia, Ney volta com o Bloco na Rua

Foto: Ricardo Nunes

Ney Matogrosso passou por João Pessoa em 2019, com a turnê Bloco na Rua, que levou a plateia ao delírio no Teatro Pedra do Reino. Desde o ano passado que já saiu o disco ao vivo, mas sem plateia. Ney explica: “Sem plateia porque eu queria que a equipe de filmagem, tivesse total liberdade e com público, não teria sido possível, porque na verdade atrapalharia quem estivesse vendo meu show. Eu pensei muito no público, que iria reclamar do trabalho dos câmeras. Teve momento que o câmara estava a um palmo do rosto”, disse o artista

Ney está esperando a pandemia passar, para seguir com a turnê: “Esse show é novíssimo. Eu ainda vou voltar com ele e quero ir novamente a João Pessoa. Eu gosto de cantar na Paraíba. Eu retomarei minha agenda”.

Você tem feito lives, Ney? “Tenho feito participações. O único lugar que cantei foi numa live de Teresa Cristina, porque foi uma live em minha homenagem, ai achei que eu deveria cantar. Deve dar muito trabalho fazer lives. Eu não sei como ela ( Teresa Cristina) consegue cantar tanta música de um dia para outro e faz lives todas as noites”.

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