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Hospital interditado ainda está sem reforma

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publicado em 06/08/2020 às 09h41
atualizado em 06/08/2020 às 08h02
Hospital de Aroeiras (Foto: divulgação/CRM-PB)

O Hospital Municipal Doroteia Marques de Aguiar, no município de Aroeiras, a 180 km de João Pessoa, está sem prestar assistência médica à população da cidade há quase sete meses. A unidade foi interditada pelo Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) no dia 17 de janeiro deste ano por estar funcionando precariamente, sem médicos e equipamentos e com estrutura predial comprometida. Na última segunda-feira (03), o CRM-PB esteve novamente no município e constatou que a reforma, prevista para ser finalizada em maio, ainda não foi concluída e, enquanto isso, a população está sendo atendida em uma unidade básica de saúde, que apresenta problemas e pouca capacidade de atendimento.

“Solicitamos a abertura do hospital o mais rápido possível. Inicialmente, havia uma previsão da reforma ser terminada em maio, mas como está sendo feita também uma canalização de gases, a obra atrasou. Em meio à pandemia, a população da cidade está sem atendimento hospitalar, podendo contar apenas com uma unidade básica de saúde”, afirmou o vice-presidente do CRM-PB, Antônio Henriques.

A equipe do CRM-PB esteve também, na segunda-feira (03), na Unidade Básica de Saúde (UBS) Antônio Chã, onde a população vem sendo atendida. A unidade conta com médicos 24 horas todos os dias, possui quantidade suficiente de medicamentos, mas não tem estrutura adequada para atendimento. “A UBS não dispõe nem mesmo uma maca para o médico examinar o paciente. Como é uma unidade básica, não conta com equipamentos como respiradores e de imagem (radiografia)”, explicou o conselheiro e membro da Comissão de Enfrentamento ao Coronavírus do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.

Ele ainda acrescentou que, durante a visita à UBS, foi constatado que há Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) inadequados como a máscara KN95, proibida pela Anvisa para o uso de profissionais de saúde que estão na linha de frente contra a Covid-19. “Além disso, o médico plantonista da unidade de saúde nos relatou que está sendo difícil e laborosa a regulação dos pacientes, o que tem complicado a situação de alguns e os deixado mais tempo em uma unidade de saúde com pouca capacidade de atendimento”, disse o conselheiro.

Os pacientes confirmados e com suspeita de Covid-19 no município de Aroeiras são atendidos inicialmente nesta UBS e os casos graves são encaminhados às cidades de Queimadas e Campina Grande. Desde o início da pandemia, Aroeiras já registrou 180 casos de Covid-19 e nenhum óbito, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde.

O vice-presidente do CRM-PB ainda ressaltou que os médicos da UBS informaram que os profissionais que não eram concursados e tiveram que se afastar do trabalho por conta de infecção pelo novo coronavírus não receberam seus vencimentos. “Vamos encaminhar as queixas dos médicos à Secretaria Municipal de Saúde e marcar reunião com a Central de Regulação Estadual para checar o fluxo de pacientes e saber como agilizar a transferência dos casos mais graves dos municípios com capacidade reduzida de atendimento para as cidades de referência”, completou o vice-presidente do CRM-PB.

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