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Socialista vê divórcio entre João e Ricardo

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publicado em 20/08/2019 às 08h21
atualizado em 20/08/2019 às 07h45
Deputado licenciado Hervázio Bezerra, do PSB

O amor acabou e a decisão agora cabe aos filhos: ficar com o pai ou com a mãe? Não há guarda compartilhada. A analogia é do ex-líder do governo Ricardo e atual secretário de Esporte, Hervázio Bezerra (PSB), sobre a divisão interna no PSB, que coloca o governador João Azevêdo e o ex-governador Ricardo Coutinho, de lados opostos. “Só um milagre pode nos salvar e restabelecer essa amizade”, admitiu em tom desanimado o deputado licenciado, na manhã desta terça-feira (20).

Em entrevista à rádio Jovem Pan de João Pessoa, Hervázio sacramentou o rompimento entre Azevêdo e Coutinho. “A amizade de anos diluiu por conta de um partido, de um partido que Ricardo nunca deixou de comandar”, afirmou.

“Não imaginaria viver uma situação como essa. É como um casal que se separa e os filhos precisam dizer se vão querer ficar com papai ou mamãe. Não tem guarda compartilhada. É uma posição chata e dura. Até ontem éramos todos ricardistas, o mais ricardista era João. Mas os filiados do partido e vocês da imprensa sabem quem está com equilíbrio, sensatez e a razão”.

Hervázio atribuiu a crise no partido a três pessoas: o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, e as deputadas Cida Ramos e Estela Bezerra As duas últimas, segundo Hervázio, deflagram o processo de rompimento, quando foram à imprensa defender a substituição de Edvaldo Rosas por Ricardo Coutinho no comando da legenda. Hervázio argumentou que o assunto não era para ser tratado pelos microfones.

Sobre Siqueira, o deputado não poupou palavras. “O mais responsável foi Carlos Siqueira. Ele primeiro disse que não iria se intrometer na Paraíba, depois aparece convocando o governador, o ex-governador e Edvaldo para uma reunião, quando é a noite intervém no partido. Qual é a diferença de dissolução e intervenção? É só um apelido. A única esperança que tínhamos era que eles sentassem com o presidente e de Brasília tivéssemos uma fumaça branca. Mas ele [Siqueira] quer brincar com as pessoas, acha que tem gente boba, acha que o assunto não é de relevância. Ele tomou partido, ele se firmou de um lado, não é mais juiz”, desabafou.

Entenda

Na última sexta-feira (16), o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, decidiu que nomeará uma comissão provisória na sigla, depois que integrantes do diretório estadual ligados ao ex-governador Ricardo Coutinho iniciaram movimento de renúncias, provocando a destituição do então presidente, Edvaldo Rosas, e uma nova eleição na legenda, um ano antes do fim mandato.

Siqueira esperava por uma reunião com Azevêdo e Coutinho, no início desta semana, em Brasília, o que acabou sendo rechaçada pelo governador João Azevêdo, na manhã de ontem (19).

A crise começou quando Rosas foi nomeado por Azevêdo para Secretaria Chefe do Governo. Desde então, a ala ricardista passou a defender a saída de Edvaldo do comando da legenda.

Maurílio Júnior – MaisPB

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