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Efeito dominó derruba bolsas ao redor do planeta

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publicado em 11/10/2018 às 23h23

As bolsas fecharam com forte queda nesta quinta-feira, seguindo o rastro de Wall Street, em um cenário tenso pela guerra comercial e o aumento dos juros nos Estados Unidos, medida criticada por Donald Trump.

A Bolsa de Tóquio perdeu 3,9%, a de Xangai mais de 5% e a de Hong Kong 3,5%.

O efeito dominó atingiu as principais bolsas da Europa. Frankfurt recuou 1,5%, Paris teve queda de 1,9% e Londres perdeu 1,9%.

Após a péssima sessão na véspera, Wall Street voltou a abrir em baixa: o Dow Jones recuava 0,37%, e o Nasdaq, 0,46%.

Os mercados estão se sentindo “ameaçados”, afirmou Stephen Innes, diretor para Ásia-Pacífico na OANDA, empresa de serviços financeiros.

“Há vários motivos: a queda em Wall Street, o aumento das taxas de juros a longo prazo, novas preocupações com as relações comerciais entre China e Estados Unidos e uma atitude prudente antes dos anúncios dos resultados das empresas”, declarou à agência Bloomberg Juichi Wako, da consultoria japonesa Nomura Securities.

“O ambiente global é de nervosismo, em face do aumento dos rendimentos dos títulos, bem como preocupações com o aperto das políticas”, disse Charles Schwab em um comunicado.

O presidente americano, Donald Trump, afirmou na quarta-feira que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) “enlouqueceu”, em um novo ataque contra a instituição e sua política de aumento progressivo das taxas de juros.

Trump fez as declarações após um dia negativo para Wall Street. O índice Dow Jones fechou a quarta-feira no menor nível desde fevereiro.

O índice industrial Dow Jones caiu 3,15%, a 25.598,74 pontos, apenas oito dias depois de ter registrado o máximo histórico.

O Nasdaq, índice de valores tecnológicos, recuou 4,08%, a 7.422,05 unidades, o pior valor desde junho de 2016.

“Acho que o Fed está cometendo um erro. Acho que o Fed enlouqueceu (…). Realmente não concordo com isto”, disse Trump, que habitualmente critica o Fed por sua política de aumentar gradualmente as taxas de juros.

A maioria das grandes empresas americanas sofreu no pregão de quarta-feira: Boeing e Facebook perderam mais de 4%, e Amazon, Nike e Microsoft caíram além de 5%.

A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, justificou nesta quinta-feira o aumento das taxas de juros, que chamou de “necessário e inevitável” para economias como a dos Estados Unidos, com um crescimento forte, um aumento da inflação e um desemprego “extremamente baixo”.

Para evitar o superaquecimento da economia e o retorno da inflação, o Fed elevou em três oportunidades este ano as taxas de juros em 0,25%, o que deve voltar a acontecer em dezembro.

As taxas de juros agora estão na faixa entre 2 e 2,25%.

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AFP

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