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Ex-“Praça” refaz parceria com Dedé e questiona demissão no SBT

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publicado em 31/08/2018 às 10h54
atualizado em 31/08/2018 às 07h55

Marcelo Beny, o Bananinha, ainda se pergunta: por que foi demitido do SBT? Durante mais de uma década, ele fez sucesso com o “Comando Maluco” –que chegou ao primeiro lugar de audiência–, rebatizado para Tropa de Malucos em “A Praça É Nossa”. Um ano após ser dispensado, o comediante questiona a justificativa da emissora e revela quanto ganhava de salário.

“Ficávamos um tempo sem ir, gravávamos uma vez por mês, mas o Carlos Alberto [de Nóbrega, líder da ‘Praça’] garantiu que não seríamos mandados embora. Nosso salário não incomodava o orçamento. R$ 3 mil meus e R$ 3 mil do Rapadura resolveriam muita coisa? Não. Poucos meses depois, chegou mais gente nova. Isso me deixou chateado. Não tenho como não ficar triste”, desabafa Marcelo Beny ao UOL.

Apesar da tristeza, o comediante isenta Carlos Alberto de culpa e o agradece pela oportunidade. “Não lamento porque não me faz bem, e por mais que eu tenha ficado chateado eu lembro que fui feliz pela liberdade que o seu Carlos nos dava para escrever e atuar. Minha gratidão por ele não muda. Acredito que, como a ‘Praça’ ia ao ar cada vez mais tarde, a ‘Tropa de Malucos’ era cada vez mais desnecessária”, avalia.

Youtuber com Dedé

Embora não esteja na televisão, Bananinha trabalhou como nunca nos últimos meses. Além dos shows que realiza em circos e teatros pelo Brasil, ele investe em conteúdo para seu canal no YouTube, atualmente com mais de 120 mil inscritos e vídeos inéditos duas vezes por semana –e o comediante quer aumentar a produção.

“Os pais dos meus fãs reclamavam que a ‘Praça’ ia ao ar muito tarde e eu pedia para eles procurarem no YouTube. Para não perder o público infantil, tive a ideia de criar o canal, e o alimentei mais quando fui demitido. Tento manter o padrão de qualidade da ‘Praça’ e do ‘Comando Maluco’, mas é caro e difícil. Gasto R$ 5 mil por dia. É trabalhoso, mas é prazeroso mostrar que sou capaz.”

No canal, Beny grava quadros de comédia com ex-colegas de trabalho, como Moacyr Franco e Dedé Santana, que topou reviver a parceria de 2005, quando venceu “A Turma do Didi” no Ibope com “Dedé o Comando Maluco”.

“Dedé é meu padrinho, nos conhecemos há anos. Só precisava das nossas agendas coincidirem. Gravamos vários quadros no mesmo dia. Também gravei com a Milene Pavorô e o Batoré, ex-‘Praça’. Estou feliz, mas quero muito voltar à TV, sozinho, em grupo ou com Dedé”, planeja.

Comando se desfez

Beny trabalha desde os nove anos no circo, primeiro como palhaço e depois como trapezista, até realizar o sonho de entrar para a equipe de Beto Carrero, criador do Comando Maluco, em 2001. A trupe se apresentava no programa de Eliana na Record, quando o empresário contratou Dedé e ofereceu um programa de humor às emissoras. O SBT comprou a ideia.

Após a morte de Carrero, em 2008, parte do grupo se desfez, exceto Bananinha, Rapadura (Charles Gutemberg) e Durão (Martinho Beny), que migraram para a “Praça”. Bananinha também ganhou espaço no “Domingo Legal” como imitador de Beyoncé: “Foi no improviso, porque ela tinha feito show no Brasil na noite anterior, e imitei durante dois anos”.

Atualmente, Bananinha tem pouco contato com os integrantes do Comando Maluco, exceto Martinho, pai dele e único remanescente no SBT. Rapadura, também demitido, se distanciou do grupo e se candidatou a deputado.

“Rapadura é só amigo. Aliás, nem amigo é mais. A gente se desvinculou um do outro porque é normal em grupos haver brigas. Mas, em um casamento, ou atura ou separa. E assim nós chegamos à separação. Tivemos muitos problemas quando fiz a Beyoncé no ‘Domingo Legal’. Trabalhar junto é desgastante e ficamos 16 anos juntos. Cada um seguiu seu rumo”, afirma.

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