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Pai oferece propina para soltar filho preso por tráfico e é detido

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publicado em 03/12/2016 às 14h42
Andreone Borsatti, de 20 anos, foi preso suspeito de tráfico de drogas (Foto: Reprodução/ Facebook)

O pai de um rapaz suspeito de tráfico de drogas foi preso na quinta-feira (1º), em Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, depois de oferecer propina ao delegado da Polícia Civil, Hércules Batista Gonçalves, pela libertação do filho. O filho dele tinha sido preso no dia anterior junto com outras oito pessoas suspeitas de tráfico, entre elas menores de idade.  O G1 não conseguiu localizar o advogado de defesa de Hélio e do filho, Andreone Odair Borsatti, até a publicação desta reportagem.

Conforme a Polícia Civil, Hélio Luiz Borsatti, de 49 anos, foi até a delegacia e disse que gostaria de falar com o delegado sobre a prisão do filho dele. Durante a conversa, o delegado explicou que a prisão em flagrante já tinha sido comunicada ao juiz, o qual era o responsável por manter ou não a prisão. O filho dele deve responder por tráfico de drogas e corrupção de menores, de acordo com a polícia.

Em seguida, o pai pediu para conversar com o filho, que estava na cela da delegacia. O delegado autorizou o pedido e, depois de falar com o preso, o homem solicitou ao delegado que liberasse o filho dele, o que foi negado pelo delegado. Então, Hélio, segundo a polícia, se aproximou do delegado e começou a fazer propostas ilícitas. Perguntou: “Quanto o senhor quer para liberar o meu filho? Quanto em dinheiro? Posso pagar em dinheiro”, fazendo gestos com as mãos indicando valores.

Com isso, o delegado deu voz de prisão ao homem pelo crime de corrupção ativa. Ele tentou resistir, mas foi detido pelos policiais. Durante a prisão, Hélio disse um investigador que tinha feito a prisão que a irmã tinha muito dinheiro e que tinha se arrependido de ir até a delegacia oferecer propina ao delegado para soltar o filho.

No entanto, quando estava na cela, teria ironizado a prisão, conforme a polícia, acreditando na impunidade e tentou amenizar a situação, dizendo que havia oferecido dinheiro para cobrir as despesas que a delegacia havia tido com a prisão do filho, como alimentação e combustível.

Para o delegado, o comportamento desse pai é um exemplo do que levou o país a mergulhar numa crise ética e financeira. “Não há padrão mínimo ético mais. A ‘cara de pau’, o atrevimento e a ousadia beira o absurdo. Somos responsáveis pela modificação do consciente coletivo de que não há mais tolerância e espaço para pessoas que pensam que podem comprar a dignidade e a consciência dos agentes estatais com dinheiro”, declarou.

G1 

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