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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Uma necessária autocrítica

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publicado em 11/05/2016 às 10h08
atualizado em 11/05/2016 às 07h12
presidentedilmaagbrasil

Isolada e rejeitada pelas massas, Dilma encerra um governo sofrível duplamente: na gestão e na política

Quando o Senado homologar a última martelada do impeachment hoje à noite, o governo que se despede e o PT podem até esboçar resistência e fazer um discurso pra fora como combustível da chama de sua “militância”. Internamente, porém, devem, enquanto, organismo partidário e representação de significativa parcela da sociedade, avaliar os erros que culminaram com esse desfecho melancólico de uma era de poder.

Essa autocrítica começa a ser ensaiada. A entrevista recente do senador Humberto Costa (PE) ilustra. Ele reconheceu que, diferente de Lula, Dilma não teve capacidade, em nenhum instante, para o diálogo e construção de consensos políticos mínimos. “É uma pessoa difícil”, no dizer do parlamentar petista.

O governo falhou feio na articulação, como ficou evidente no resultado da votação na Câmara. Teve quatro meses para juntar sofríveis 172 votos para barrar o impeachment e mesmo assim amargou fragorosa derrota passando longe de atingir o quórum necessário para abortar o processo de afastamento.

Mas o fiasco não foi só na política, vamos combinar. O governo Dilma nunca convenceu. A gestão foi fraca e ela só foi reeleita, apertadamente, à custas do balcão de ministérios para distribuir e garantir o maior tempo de televisão e de um show de ilusionismo e fraude retórica no guia eleitoral e nos debates.

O desempenho da economia no governo Dilma dispensa maiores apresentações. Quando não estagnou o Brasil, conseguiu a proeza de recuar no seu crescimento. Os desempregados estão aos milhões e o nível de endividamento da população apresentou a face cruel do desajuste econômico e fiscal praticado por uma política perversa que girou em função de uma reeleição.

É sob a égide desse contexto de inaptidão para a administração e a política, mais os crimes fiscais praticados contra o tesouro e os escândalos perpetrados nas barbas do Palácio, que o cenário tenebroso do fim é desenhado. É chover no molhado, mas é a verdade real: Dilma sai pelo conjunto da obra. Uma péssima obra, aliás.

No centro do…
Quando Renan Calheiros recebeu na última segunda um grupo de senadores para tratar da anulação do impeachment, um paraibano estava lá.

…Furacão
Na ante-sala, Raimundo Lira (PMDB) aguardava. Chegou a ser chamado por Renan para participar da conversa, mas preferiu ficar de fora.

Grupo…
Cássio Cunha Lima, líder do PSDB do Senado, integra o núcleo das tratativas da cúpula tucana com o vice-presidente Michel Temer.

…Restrito
Nos últimos dias, mantém linha direta e aberta como senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

ricardoVersão bonzinho
Repórteres ficaram surpresos ontem com o humor leve, tranqüilo, a paciência e até apetite para entrevistas do governador Ricardo Coutinho (foto), durante agenda governamental. Ficou “disponível” por vários minutos para os jornalistas. Detalhe: sem reclamação e nem cara feia.

BRASAS
*In loco – O prefeito Luciano Cartaxo (PSD) visita as obras do novo Parque da Lagoa duas vezes na semana.

*Hobby – As visitas incluem o fim de tarde de sábado, quando aprecia o por do sol ao lado da primeira-dama Maísa. E faz questão de fotografar o espaço.

*Pedras – Uma crise renal fez o deputado estadual João Gonçalves (PSD) baixar o hospital, ontem.

*Prestígio – Com Gilberto Kassab no Ministério das Comunicações, o deputado Rômulo Gouveia (PSD) será o queridinho dos veículos da Paraíba.

*Ex-cara pintada – Paraibano de nascimento e senador pelo Rio, Lindberg Farias (PT), ex-cara-pintada, exagerou na histeria contra o impeachment.

FALA CANDINHA!
Paráfrase
Dona Candinha amanheceu enigmática nesse Dia D. Saiu no terreiro de casa, olhou para o sol e fez um discurso para as galinhas, com a entonação de quem queria ser ouvida pela vizinhança toda: “Eu quero saudar a mandioca”!

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Se é golpe porque setores do PT e aliados do governo passam a defender novas eleições?

Odon BezerraPINGO QUENTE
“Nós recebemos um puxão de orelhas de nossas irmãs”. Do ex-presidente da OAB, Odon Bezerra (PPS-foto), sobre a reconciliação com o irmão, deputado Hervázio Bezerra (PSB).

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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