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FPF segue sem mostrar balancete de 2014; ex-gestores contestam

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publicado em 02/03/2016 às 17h54
atualizado em 03/03/2016 às 04h13

A Federação Paraibana de Futebol (FPF) é uma das duas federações que não apresentaram o demonstrativo financeiro referente a 2014. A não publicação das contas contraria a Lei Pelé (artigo 46), que obriga as entidades a publicarem os balanços de cada ano até o último dia útil de abril do ano seguinte no site oficial da própria entidade ou da CBF, sob pena do afastamento dos dirigentes. Além da paraibana, a federação de Roraima também não apresentou suas contas.

“Não sei de nada. Vai perguntar para quem estava lá”, comentou o presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, se referindo a Junta Administrativa, que governou a entidade de abril de 2014 a dezembro do mesmo ano, depois do afastamento da ex-presidente Rosilene Gomes.

“Não é de responsabilidade minha. É deles. Não apresentamos nada a CBF. Nada”, acrescentou Amadeu, já incomodado, quando questionado pela reportagem do MaisPB se cobrou da Junta as contas de 2014. O dirigente assumiu a federação em janeiro de 2015 e, teria, em tese, como representante maior da FPF em exercício, ter apresentado o balancete no final de abril do ano passado.

A reportagem procurou Ariano Wanderley e Eduardo Faustino, dois dos três ex-interventores da Junta Administrativa. Segundo Wanderley, “a prestação de contas foi feita e deveria ter sido divulgada por Amadeu”.

Faustino também assegurou a entrega das contas a FPF. O ex-interventor, porém, explica que, as documentações anteriores da federação sumiram do prédio da entidade logo após o afastamento da ex-presidente Rosilene Gomes.

‘’Sumiram documentos referentes a clubes, contabilidade da própria federação e uma série de arquivos. Subtraíram tudo. A partir daí contratamos um contador particular, o qual catalogou toda movimentação financeira da federação durante o período que estivemos a frente”, disse.

‘’Eu e o Amadeu combinamos que a transição seria feita entre os contadores, o nosso e o dele. Ele já deveria ter prestado conta. Na duvida da conta não ter batido, nos chamaria, não haveria problema’’, afirmou Faustino.

A reportagem também tentou entrar em contato com o contador da federação, Antônio Miranda, mas sem sucesso. Tanto Amadeu, quanto a assessoria de comunicação da FPF, disseram não ter o contato de Miranda.

Abaixo o documento apresentado pela então Junta Administrativa a FPF

documento

Repasses

Somente em 2014, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) despejou R$ 31 milhões com repasses às federações de futebol. Em 2013, a FPF abocanhou pouco mais de R$ 1,2 milhão da CBF.

Além da mesada, a entidade pagou R$ 15 mil de salário a cada presidente. A partir de março deste ano, o presidente interino da CBF, o coronel Nunes, autorizou um aumento no gordo salário dos cartolas para R$ 25 mil.

A mesada mensal às federações também recebeu um acréscimo em 2016. De R$ 50 mil para R$ 75 mil.

MaisPB
Maurílio Júnior

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