João Pessoa, 19 de dezembro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Vou abrir mão de uma possível prolixidade e serei direto: a unha é da mulher. E ela faz as unhas com quem e onde bem entender. Deixa os dedos molhados e retira as cutículas. Corta. Serra. Pinta. Pinta mesmo! Impressiona como a sociedade se faz vigilante frente às manicuranças e pedicuranças das mulheres. Homens podem fazer as unhas quando bem entendem (e em diversos salões de beleza – embora tenham um salão de beleza oficial…).
Fabíola fez as unhas com Léo. Não sei se Léo e Fabíola souberam amar, mas estou certo de que suas manicuranças foram indevidamente transformadas em crime. Foram expostas. Foram violados por um sistema opressor, que deseja mulheres de unhas sempre curtas e nada ‘perigosas’… E diante de mulheres livres e perigosas, a sociedade rói as unhas… A literatura nos mostra que às mulheres a manicurança nunca é permitida.
Mulheres que fazem as unhas são demonizadas, inclusive na literatura (mais pelos leitores que pelos autores). Basta ler ‘Madame Bovary’, de Gustave Flaubert; ‘Ana Karenina’, de Leon Tolstói; ‘O Primo Basílio’, de Eça de Queirós; ‘Dom Casmurro’, de Machado de Assis; e ‘Lolita’, de Vladimir Nabokov.
Faço questão de reproduzir comentário da jornalista Sandra Vasconcelos a respeito do tema…: “Adultério não é crime. Filmar adultério como prova tbm não. Mas é crime expor as pessoas publicamente: é injuria, é violação de intimidade (do patrimônio privado – se incluir que o motel, o veículo, tudo foi exposto). O cinegrafista tbm vai responder pelo crime de agressões físicas e verbais cometidas contra Fabíola. Enfim. #Justiça Que bom”. Que bom mesmo…
"PÉ DE MEIA" - 03/05/2024