Pobre Estatuto da Família
Impressionante e lamentável como nossos políticos legislam em causa própria. Impressionante e lamentável como legislam para o universo-umbigo. Resultado da votação na comissão especial que discute o Estatuto da Família na Câmara dos Deputados é prova disso.
A tal comissão aprovou o texto principal do projeto, que define família como a união entre homem e mulher. A comissão aprovou o relatório por 17 votos favoráveis e 5 contrários, mas quatro destaques ao texto ainda precisam ser aprovados.
Para a comissão, casais gays que adotaram crianças não formam uma família. Somente heterossexuais formam famílias, no entendimento desses deputados.
Como podem ser tão ignorantes e inflexíveis??? Já faz tempo que a família mudou, ora!!! Multiplicou-se em formatos. O modelo normativo – casal hetero com filhos – deixou de ser dominante no Brasil.
Há muitos outros tipos de arranjos familiares em mais de 50% dos lares, conforme dados do IBGE. Os dados mostram diversidade nessa nova formatação.
Formam famílias sim os casais sem filhos, pessoas morando sozinhas, três gerações sob o mesmo teto, casais gays, mães sozinhas com filhos, pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos com avós, irmãos e irmãs, famílias mosaicadas (as que juntam parentes de pessoas separadas).
Eu, minha esposa e meu filho formamos uma família normativa. Mas, jamais tentaria empurrar esse padrão goela abaixo de ninguém. Estou certo, inclusive, de que um homem, um guarda-chuva, um pão francês, uma garrafa de vinho, um cachorro e um CD da banda Seu Pereira – juntos! – formam uma família…
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