João Pessoa, 01 de junho de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em janeiro deste ano, bailarinos, músicos e dançarinos de Recife (PE) foram às ruas protestar. Motivo: ainda não haviam recebido da prefeitura recifense os cachês da programação junina de 2014. O Governo do Estado de Pernambuco também deve a muitos artistas desde o São João do ano passado…
Na Paraíba não é diferente. A reclamação devido à falta de pagamento de cachês é crônica. Come-se na ceia natalina o trabalho realizado na Semana Santa…retrasada! Não bastasse o desrespeitoso atraso no pagamento acordado, os artistas ainda são perseguidos por seus posicionamentos políticos. Isso é mesquinho. Tacanho!
Culpa dos gestores??? Também! Porque os artistas paraibanos parecem mulher de malandro… E têm sim sua parcela de culpa!!! Entra ano e sai ano, a categoria protagoniza a crônica da vergonha anunciada. Participa dos projetos já com a consciência de que haverá atraso no pagamento.
Obviamente, não é apenas uma questão de falta de vergonha na cara. É que em um Estado pobre como o nosso, não é fácil o exercício da arte. E não é fácil ter seu produto levado ao grande público. Formam-se, pois, ciclos viciosos entre artistas e gestores públicos. Dependência similar a uma paixão patológica. Uma tortura…
A desorganização da categoria e a parca fonte de recursos financeiros dos artistas não permitem manifestações de repúdio massivas e até mesmo uma greve. Isso mesmo: greve!!! Artistas paraibanos deveriam boicotar os eventos públicos.
Deveriam acampar em praça pública e cobrar mais respeito. Deveriam pressionar as pastas de Cultura. Deveriam se mobilizar. Atacar. Buscar o diálogo sim!!! Claro!!! Mas buscar a justiça sempre que a conversa não acontecer. Acionar juridicamente. Porque a justiça precisa se apresentar sempre que o diálogo abandona a casa…
Bairrismo besta
Projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia regulamentará cotas para a participação de artistas baianos nas festas juninas. Já em Pernambuco, o Governo só vai contratar para o período junino pernambucanos ou artistas que morem no Estado.
ECONOMIA - 29/04/2024