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Deputado diz que votou pela cassação de Cunha, mas voto não foi registrado

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publicado em 14/09/2016 às 15h56

O deputado Cacá Leão (PP-BA) afirma que não só esteve presente na sessão desta segunda-feira (12), que cassou o mandato do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como votou pela cassação do peemedebista. O problema é que o painel não registrou o voto do parlamentar – que fez questão de fotografar o momento. A Secretaria-Geral da Mesa explica que é possível que o voto de Cacá Leão não tenha sido computado por problemas técnicos, porém, descarta a possibilidade de alteração do placar final da cassação de Cunha: 450 votos a favor, 10 contra e nove abstenções.

“Houve um erro na hora da votação e o painel não computou o voto. Na hora, na pressa, na agonia, com o plenário cheio, eu não olhei para o painel. Dei as costas e saí do plenário. Dei sorte porque fotografei, então tenho imagens do meu voto”, disse Cacá Leão. O deputado protocolou nessa terça-feira (13) um requerimento na Secretaria-Geral da Mesa questionando a falha e solicitando a validação do voto. O documento está em análise e não tem prazo para ser concluído. De fato, o nome dele aparece entre os presentes à sessão. Na tela (confira ao lado) aparecem, além da foto do parlamentar e seu nome, a mensagem “Confirme voto – Sim”.

“Graças a Deus, que felicidade que eu tive de tirar aquela foto, foi meu anjo da guarda, porque inibe qualquer questionamento”, afirmou o deputado ao Congresso em Foco. “Dei esse azar. O pessoal da informática inclusive me disse que é um erro comum, acontece muito aqui na Casa. Comigo foi a primeira vez e eu lhe garanto que foi a última. Jamais agora votarei e deixarei de olhar lá para cima para saber se foi confirmado”, acrescentou o parlamentar.

A Secretaria-Geral da Mesa garante que não há chances de alteração do placar final da votação, uma vez que ele já foi proclamado e publicado. A depender da análise do requerimento do deputado, é possível que seja feito um registro do episódio em ata.

A falha no registro do voto pode acontecer, mas é rara, afirmou o secretário-adjunto do órgão, Fernando Sabóia. Ele explica que pode ocorrer, por exemplo, erro na leitura da digital do parlamentar. Cabe ao deputado, no momento da votação, reclamar que seu voto não foi registrado e solicitar que a Mesa solucione o problema ou até mesmo garantir que ele vote pelo microfone. O procedimento, porém, deve ser feito antes do encerramento da votação – o que não foi o caso de Cacá Leão.

Filho do vice-governador da Bahia, João Leão (PP-BA), que é um dos políticos investigados na Operação Lava Jato, Cacá chegou a fazer parte do Conselho de Ética. Em março, seu voto quase livrou Cunha do processo de cassação. Ele foi um dos integrantes do Conselho que votaram contra a continuidade da ação contra o peemedebista. Com o empate por dez votos a dez, coube ao presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), dar seguimento ao processo. Cacá renunciou à sua vaga no conselho depois, e, por isso, não votou o relatório que recomendou a cassação do ex-presidente da Câmara.

O ex-presidente da Câmara foi cassado com 450 votos. Apenas dez deputados votaram contra a cassação, nove se abstiveram e 42 faltaram à sessão.

Congresso em Foco 

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