João Pessoa, 12 de julho de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A ideia de sexo nas alturas tem inspirado fantasias desde que a aviação surgiu no mundo. Em inglês, há até um termo popular, o “mile-high club” (o clube da milha de altura), para designar o clube “exclusivo” das pessoas que tiveram relações sexuais durante um voo.
Não é de se estranhar, portanto, que empresas americanas estejam buscando explorar esse mercado e tornar essa “fantasia” uma realidade.
David MacDonald, por exemplo, é o dono da Flamingo Air, uma empresa aérea de voos charter em Cincinnati, nos Estados Unidos. “Por US$ 495, proporcionamos a você e sua acompanhante um voo de uma hora em um avião privado, com cortinas que te separam do piloto”, explicou ele à BBC.
“Nós removemos a fila central de assentos e enchemos o espaço com almofadas. O preço inclui champagne e chocolates. É algo especial para fazer com alguém especial”, completa.
Mais romance do que sexo
O dono da Flamingo Air, que oferece o serviço desde 1991, garante que o segredo para o sucesso nesse ramo é enfatizar que os voos oferecem romance, e não simplesmente sexo.
“Descobrimos que esse é um mercado estritamente feminino. Nós fizemos milhares de voos assim e, com exceção de uns 10 casos, são as mulheres que fazem as reservas. Elas gostam do romance que a experiência proporciona”, afirma.
Mas nem todos pensam assim. Outra empresa aérea, baseada em Las Vegas, chamada Love Cloud (Nuvem do Amor, na tradução livre), oferece em seu site explicitamente o “Voo do Clube da Milha de Altura”.
‘Apimentar a relação
‘Discretos ou não, ninguém tem dúvidas sobre o que acontece nesses voos.
“A maioria dos nossos clientes são casais de 35 a 65 anos de idade. Ainda que, de vez em quando, trios já tenham contratado nossos serviços”, disse MacDonald.
A “bagagem de mão” que esses casais levam para o voo pode ser muito singular. “Lembro de um que era sadomasoquista”.
O empresário conta que muitos conselheiros amorosos ou matrimoniais recomendam sua empresa a casais – , até membros de organizações religiosas recomendam o serviço a casais em crise.
“É uma estratégia para apimentar a relação”, diz.
Ele também diz que o acompanhante de muitas clientes casadas não é necessariamente o marido.
“Nós sempre prezamos muito pela discrição nesse negócio”, afirma.
Mercado de temporadas
A Flamingo Air realiza cerca de três voos por semana.
No entanto, perto da época do Valentine’s Day – o equivalente ao dia dos namorados nos EUA e na Europa -, em 14 de fevereiro, eles podem chegar a fazer dez voos por dia.
MacDonald afirma que seu serviço fez muita gente feliz.
As pessoas celebram aniversários e datas especiais. Ele conta que três casais se casaram em pleno voo.
“Mas, no caso, eles não consumaram o matrimônio no voo”, explica. “Infelizmente, o padre estava a bordo também.”
G1
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