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Papa Francisco pede que Igreja acolha divorciados e homossexuais

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publicado em 08/04/2016 às 16h05

O papa Francisco pediu nesta sexta-feira uma Igreja menos rígida e mais compassiva com os católicos “imperfeitos”, como aqueles que se divorciam e voltam a se casar, dizendo que “ninguém pode ser condenado para sempre”. Francisco também disse que os homossexuais devem ser respeitados, mas reafirmou enfaticamente a posição da igreja de que “não existe absolutamente nenhum fundamento” para igualar uniões entre gays a casamentos heterossexuais.

Em um documento de 260 páginas chamado “Amoris Laetitia” (A Alegria do Amor), Francisco citou o pastor e ativista americano Martin Luther King, o escritor e conterrâneo argentino Jorge Luis Borges e até o filme cult dinamarquês “A Festa de Babette” (de Gabriel Axel) para defender seu clamor por uma Igreja mais misericordiosa e amorosa.

A maior expectativa se concentrou no que o líder católico iria dizer a respeito da reintegração plena à Igreja de católicos que se divorciam e voltam a se casar em cerimônias civis. Conforme os ensinamentos atuais da Igreja, eles não podem receber a comunhão a menos que se abstenham de sexo com o novo cônjuge, porque seu primeiro casamento ainda é válido aos olhos da Igreja e se considera que eles vivem em adultério, portanto em estado pecaminoso. A única maneira de tais católicos poderem se casar novamente é receberem uma anulação, um veredicto religioso segundo o qual seu primeiro casamento jamais existiu por causa da falta de certos pré-requisitos, como maturidade psicológica ou livre arbítrio.

“Ninguém pode ser condenado para sempre, porque esta não é a lógica do Evangelho! Aqui eu estou falando não só dos que se divorciaram e voltaram a se casar, mas de todos, em qualquer situação em que se encontrem”, disse o papa. Os progressistas da Igreja já propuseram o uso de um fórum interno em que padres e bispos locais decidiriam se católico divorciado que voltou a se casar pode ser plenamente reintegrada e receber a comunhão. Francisco pareceu acolher esta visão, dizendo que “não poderia providenciar um novo conjunto de regras gerais… aplicáveis a todos os casos”, mas pediu “discernimento responsável, pessoal e pastoral de casos em particular”.

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