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Nuvem tóxica atinge quatro cidades no litoral de SP; vazamento continua

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publicado em 15/01/2016 às 08h44

O vazamento de gás que liberou uma nuvem tóxica dentro de um complexo no Porto de Santos, na área localizada em Guarujá, no litoral de São Paulo, já dura mais de 15 horas e ainda não tem previsão de término. A fumaça já atingiu as cidades de Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande. Até às 9h30 desta sexta-feira (15), 92 pessoas haviam procurado atendimento médico nos hospitais e pronto socorros de Guarujá e Santos com sintomas de irritação nos olhos e problemas respiratórios.

O Corpo de Bombeiros registrou o vazamento na área da Localfrio, no Terminal 1 do porto, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, por volta das 15h30. Segundo a assessoria de imprensa da Localfrio, o contêiner que armazenava o ácido foi invadido por água, gerando uma reação química que pode colocar em risco a saúde das pessoas que entrarem em contato com a névoa.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), responsável pela área, afirma que se trata de um vazamento de ácido dicloro isocianúrico de sódio, nome comercial do composto dicloroisocianurato de sódio (C3 O3 N3 NaCl2). Pouco antes, os bombeiros chegaram a afirmar que a substância que vazou tinha características de amônia, mas a informação não se confirmou.

Um incêndio ocorrido posteriormente atingiu outros contêineres e a área foi isolada. No início da manhã desta sexta-feira, os bombeiros informaram que entre 20 a 25 conteineres foram atingidos pelas chamas. O trabalho está sendo feito por várias equipes que se dividem para resfriar o conjunto de conteineres e também atuam no combate individual em cada um deles. Os bombeiros utilizam 23 viaturas, um navio e um rebocador para captar a água do mar no combate ao incêndio.

Várias áreas do complexo portuário precisaram ser evacuadas. A fumaça rapidamente se espalhou pela cidade de Guarujá e as fotos registradas por moradores mostravam a Avenida Santos Dummont, a principal do município, coberta por uma névoa. Por volta das 22h, a fumaça já tinha se espalhado pelas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente e invadiu várias casas ocasionando problemas respiratórios nos moradores.

A fumaça também invadiu o Pronto Socorro de Vicente de Carvalho. Os pacientes que estavam internados foram transferidos, juntamente com as equipes e ambulâncias, para a UPA Boa Esperança, na Rua Alvaro Leão de Carmelo, onde a Secretaria de Saúde de Guarujá afirmou que os pacientes terão tratamento especializado. As pessoas atendidas apresentaram ardência nos olhos ou mal-estar ocasionado pela fumaça. Apesar do transtorno, as vítimas não correm risco de morte.

Segundo Flavio Zambrone, médico toxicologista e professor aposentado da Unicamp, “esse produto é extremamente tóxico”. Ele produz irritações de pele e de olhos e, caso seja inalado, causa irritação também nos pulmões. “É um produto à base de cloro. Ele é estável, mas tem alto teor de cloro, que se dissolve na água. Por isso, outro problema será a questão ambiental que virá depois”. Segundo o professor, o produto é usado na maioria das vezes em desinfecção de água, mas em grandes quantidades passa a ser tóxico.

G1

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