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APÓS CONTACTAR FAMILIARES

Catador devolve objetos pessoais de Betty Lago que encontrou no lixo

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publicado em 10/11/2015 às 18h11
atualizado em 10/11/2015 às 15h13
Após encontrar objetos, catador viveu uma saga para contactar parentes (Foto: Gustavo Azeredo / EXTRA)

Do lixo, duas vidas renasceram. Depois de encontrar pertences de Betty Lago em latões da Comlurb na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, Zona Sul do Rio — e iniciar uma saga para contatar familiares da artista —, o catador Bruno Jesus Baptista, de 36 anos, respira mais aliviado. No último fim de semana, o rapaz finalmente entregou o acervo para Joyce Lago, irmã da atriz e modelo morta em setembro devido a um câncer.

— Isso tudo não aconteceu por acaso. Era fã de Betty, e acompanhei as novelas “Bang bang” (2005) e “Quatro por quatro” (1994). Não tive a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, mas com certeza esse encontro vai ficar na minha lembrança para sempre — emociona-se Bruno ao tirar da sacola preciosidades e documentos de Betty, como agendas telefônicas, passagens aéreas, fotos e bilhetes de amigos.

O material foi encontrado na madrugada da última quarta-feira, enquanto Bruno revirava o lixo em busca de restos de alimentos.

Bruno chegou a ligar, usando um orelhão, para alguns artistas que estavam na agenda telefônica de Betty, mas não obteve a atenção de ninguém. A família ainda não sabe como a intimidade da atriz foi parar, sem aviso, nas ruas.
— Como já são coisas antigas, a pessoa que fez isso deve ter dado pouca importância. É um mistério! — diz Joyce, preocupada com a situação: — Não é possível que alguém tenha jogado fora de propósito. Se o Bruno encontrou uma quantidade grande de coisas, quem sabe não existem outros objetos espalhados por aí?

Filha de Joyce, Veruzka Lago, de 32 anos, emocionou-se ao encontrar detalhes desconhecidos da tia. Agora, ao lado da mãe e de amigos de Betty, ela se esforça para reconhecer a origem ou o significado de alguns pertences, como uma medalhinha de prata com a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

— São lembranças que a gente gosta de ter e guardar. Se fossem levadas pelo gari e depois trituradas, ninguém iria saber. A sorte é que não foi assim. Talvez tenha sido uma ajudinha da Betty lá de cima, de onde ela está agora — diz Veruzka.

Joyce e Veruzka estão dispostas a ajudar o catador. Morador do Fonseca, em Niterói, Bruno é pai de três filhos — de 8, 6 e 4 anos. Viciado em cocaína desde os 16 anos, ele vagueia há dois meses pelas ruas da Zona Sul do Rio, coletando latinhas para revender.

— Há duas semanas não uso drogas, e acho que, a partir de agora, minha vida vai mudar. Preciso comprar alimento para os meus filhos, mas uma palavra de vitória já pode me ajudar. O principal eu já fiz, que foi devolver o que não é meu para as pessoas certas — diz Bruno, acrescentando: — Algo melhor vai acontecer depois disso tudo.

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