João Pessoa, 24 de agosto de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
As bolsas asiáticas afundaram nesta segunda-feira (24), preocupadas com a desaceleração da economia chinesa, apesar dos esforços das autoridades para tentar tranquilizar os investidores.
Xangai liderou a queda. O índice composto da bolsa chinesa caiu 8,49%, a 3.209,91 pontos, e está perto de zerar seus ganhos neste ano. Foi a maior queda diária desde o auge da crise financeira global em 2007. Durante o pregão, o índice chegou a perder 9%.
A Bolsa de Shenzhen, a segunda maior da China, registrou queda de 7,70%, a 1.882,46 pontos.
Tóquio registrou baixa de 4,61%. O índice Nikkei perdeu 895,15 pontos, a 18.540,68 unidades.
A bolsa de Sydney perdeu 4,09%, o menor nível em dois anos. Taiwan perdeu 4,84% e Seul, 2,47%.
Contágio
A onda de contágio atingiu a Europa. As bolsas de Londres, Frankfurt, Paris, Madri e Milão operavam em baixas significativas no início da sessão. Atenas perdia 4,31% uma hora depois do início das negociações.
Este começo tão negativo da semana nas bolsas chinesas e de Hong Kong aconteceu apesar da decisão anunciada na véspera pelo governo chinês de permitir aos fundos de pensões do país investir até um máximo de 30% de seus ativos na bolsa.
A medida, tomada após as fortes perdas nos pregões do gigante asiático durante a semana passada, poderia representar a entrada nos mercados de valores do país de até 2 trilhões de iuanes (US$ 328 bilhões), segundo os cálculos oficiais.
No entanto, a decisão parece não ter tido repercussões hoje nas bolsas, onde os operadores não esperam um efeito imediato nem tão amplo como o anunciado pelas autoridades.
Crise?
A desaceleração econômica da China e a forte queda de seu mercado acionário não é o anúncio de uma crise, mas um ajuste “necessário” da segunda maior economia do mundo, segundo afirmou neste final de semana um alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Novas evidências de que o crescimento da China está freando afetou os mercados mundiais na sexta-feira (21) e provocou a maior queda diária de Wall Street em quase quatro anos.
“As políticas monetárias têm sido muito expansivas nos últimos anos e um ajuste é necessário”, disse Carlo Cottarelli, diretor-executivo do FMI representando países como Itália e Grécia. “É absolutamente prematuro falar de uma crise na China”, disse o diretor a jornalistas.
Cottarelli reiterou a previsão do FMI de crescimento da China de 6,8% para este ano, abaixo dos 7,4% em 2014.
“A economia real da China está desacelerando, mas é perfeitamente normal que isso ocorra (…). O que aconteceu recentemente foi um choque nos mercados financeiros, o que é natural.”
G1
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