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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Torcidas e crime organizado

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publicado em 18/09/2011 às 09h11

A prudência, o instinto de sobrevivência ou a zona de conforto recomenda silêncio, mas o dever jornalístico pulsa mais forte nessa hora. Se poucos, inclusive a polícia, têm coragem de se imiscuir no assunto, o próprio excesso de cuidado já mostra que as ligações do crime com as torcidas organizadas são quase tabu por essas bandas.

A Polícia da Paraíba sabe, porque todas as investigações preliminares apontam para essa relação perigosa e camuflada, embora as medidas mais duras ou um trabalho aprofundado ainda não tenham sido deflagrados, ou pelo menos divulgado.

O Ministério Público também já tem seus levantamentos sobre a atuação disfarçada do crime. Facções de outros estados chegaram aqui via infiltração nas torcidas, cujas sedes são usadas para reuniões pouco esportivas. Duas das mais conhecidas são aliadas da gangue Al Qaeda. A rival serve ao tal 1º Comando.

A atuação é interligada com outras “torcidas” de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Elas têm um pacto que garante abrigo em qualquer um destes estados para o “irmão que cair” em sua terra natal. Acordo de quem organiza suas ações.

Na internet, as ditas torcidas não têm qualquer pudor de exibir vídeos com raps e letras de apologia ao crime e imagens de revólver e munição. Uma das “canções” se auto-proclama o rap para quem gosta de fumar bagulho e ficar lombrado.

Noutra, o ‘Mc’ anuncia “o bonde que mete bala e não se intimida” e ainda manda o recado: “Se você bater de frente, a gente vai te destruir. Se tentar invadir, sabe como é, coração de vagabundo é na sola do pé”. Alerta mais claro, impossível.

Troféu –
Pelo código de conduta dessas torcidas, na hora dos confrontos, quase sempre movidos por disputas criminosas, ganha recompensa quem toma a camisa da outra torcida.

Estratégia –
Na arregimentação do exército, a orientação é priorizar menores, fáceis de convencimento, e, depois de atraídos, de difícil resgate à vida normal.

Novos dados do Trauma/Cruz Vermelha –
Os últimos números extra-oficiais colhidos pela nova direção do Hospital de Trauma de João Pessoa indicam melhora na unidade. Na última quinta-feira, a Cruz Vermelha registrou nove leitos sem ocupação e na UTI e semi-intensiva está havendo rotatividade, com vagas diárias neste mês de setembro, o que há muito tempo não acontecia.

Hora de repensar conceitos e fórmulas –
Ao assinar o TAC da permuta, o Governo confessou, sem querer querendo, que todo o conteúdo do Termo já poderia ter sido incluído no projeto encaminhado à Assembléia. Teria evitado tanto desgaste. A não ser que a estratégia seja mesmo a do enfrentamento.

Debate distante da população –
A multidão de operários, gente simples da zona sul de João Pessoa, que lotou ontem o terreno do Mangabeira Shopping em busca de trabalho, não procurou nem saber se aquela obra e seu futuro emprego foi fruto de uma permuta ou de uma licitação.

Fora –
O ex-deputado Inaldo Leitão (PP), que chegou a ser anunciado novo dirigente do Denatran, com as bênçãos do PP, não será nomeado para o órgão.

Vetado –
Apesar da indicação partidária e do currículo, o paraibano foi barrado pelo exigente filtro da presidência. A nomeação do novo diretor sai esta semana.

Contra a maré –
O deputado Hervázio Bezerra (PSDB) busca manter os laços de amizade com o senador Cícero, apesar do esforço de alguns ciceristas em sentido contrário.

Ensaboado –
Estreante deputado federal paraibano conseguiu furar o bloqueio e em pouco tempo virou o queridinho do secretário da Presidência, Gilberto Carvalho.

Pulverização –
Apesar do pai (Chico Franca) brigar pela presidência do PDT pessoense, Damásio Neto estuda a possibilidade de se filiar ao PSD de Rômulo Gouveia.

Ajustes –
Deputados do PMDB se reuniram ontem, pela manhã, na sede do partido para discutir a indicação e formação de diretórios municipais no Interior.

Encruzilhada –
Suplente de deputado estadual e de senador, Carlos Dunga torcerá por Daniella Ribeiro (PP), em Campina, ou por Cícero Lucena (PSDB), em João Pessoa?

Voto de silêncio –
Deputados federais se queixam da indiferença do padre Luiz Couto (PT) para com os colegas. Nas reuniões, ouve muito, fala pouco e vai embora…

Concorrência –
Geraldo Amorim e Raoni Mendes terão pelo caminho os novos pedetistas Rogério Trócolli e Gabriel Carvalho, afilhados de Edmilson Soares (PSB).

Só pensa no shopping –
No episódio dos protestos na Câmara de João Pessoa, houve quem perguntasse por onde andava Jair Soares, antigo ativista do movimento estudantil.

PINGO QUENTE – “Agora é a sua vez de me dar um autógrafo”. Do deputado Gervásio Fillho “vingando-se” de Wilson Filho, autor de idêntica provocação no caso dos outdoors, e que ganhou maior “fama” depois de ter foto estampada na ruidosa matéria da Istoé.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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