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AGRESSÃO

Presos quatro suspeitos de espancar estudante que tentou defender mendigo

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publicado em 06/02/2012 às 17h39

Quatro dos cinco suspeitos de espancar um estudante que tentou defender um morador de rua na Ilha do Governador, no Rio, foram presos até esta segunda-feira (6). Rafael Zanini Maiolino se entregou e Filipe Melo dos Santos, conhecido como Geminha, foi capturado, ambos nesta manhã.

Outros dois rapazes já tinham sido presos na sexta-feira (3). Um quinto envolvido no caso ainda está sendo procurado. Todos os presos vão responder por tentativa de homicídio qualificado, segundo o delegado Deoclécio Francisco de Assis Filho, titular da Delegacia da Ilha (37ª DP).

Vítor Suarez Cunha, de 21 anos, foi espancado no último dia 2 ao intervir em uma agressão a um morador de rua. Ele permanece internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) do Hospital Santa Maria Madalena.

O rapaz passou por uma cirurgia de reconstrução da face, que durou quatro horas, no último sábado (4). Ele está bem e seu estado de saúde é considerado estável.

De acordo com o hospital, foi preciso implantar oito placas de titânio na testa e no céu da boca da vítima, assim como 63 parafusos, enxerto e três membranas protetoras, entre outros. Ainda não se sabe se o jovem ficará com sequelas.

O crime aconteceu na praça Jerusalém, no Jardim Guanabara, área de classe média alta na Ilha. O pai de um dos agressores, que não quis se identificar, disse que a família também está sofrendo.

– Ninguém cria um filho para ser agressor ou agredido. O sofrimento é de todo mundo.

Segundo o delegado, Rafael Zanini Maiolino, que se entregou nesta manhã, não participou da agressão ao estudante, mas impediu que o mesmo fosse socorrido pelo amigo que testemunhou o espancamento.

A polícia pretende ouvir outras testemunhas para esclarecer o caso, inclusive o morador de rua que foi o pivô da confusão.

De acordo com o irmão de Vítor, Vinícius Suarez Cunha, de 28 anos, o morador de rua teria passado mal pouco antes das agressões. Ele foi socorrido por uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que o deixou no mesmo local após o atendimento. Ele teria voltado a se sentir mal e deitou na praça.

– A minha mãe é assistente social e trabalha na prefeitura. Ela está acostumada a lidar com pessoas em situação de rua e a nossa família está acostumada a esse universo. Meu irmão sabe das dificuldades pelas quais essas pessoas passam. Ele só quis impedir a agressão e agora está com o rosto deformado. Esse tipo de situação acontece com frequência aqui na Ilha, mas pelo poder aquisitivo, nunca acontece nada porque as famílias pagam bons advogados. Não queremos que esse caso fique impune.

Todos os suspeitos são jovens de classe média alta. Os socos e chutes contra o estudante só pararam depois que o amigo dele se jogou sobre ele para impedir o espancamento. Vítor ficou desacordado. Um dos agressores tentou justificar o ataque ao morador de rua e teria falado que, pela manhã, o pai dele iria fazer uma caminhada pelo local e que não queria passar por um mendigo no caminho.

R7

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