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Rock in Rio terá espaço representando as favelas

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publicado em 25/04/2018 às 17h49
atualizado em 25/04/2018 às 14h50
O empresário Roberto Medina anuncia o "Espaço Favela" na próxima edição do Rock in Rio (Foto: Carlos Brito/G1)

Foi durante a realização último Rock in Rio, em 2017, que o empresário Roberto Medina teve uma ideia: fazer o ambiente das favelas cariocas presente no festival. A meta, já concretizada, foi anunciada na tarde desta quarta-feira (25) durante a apresentação do Espaço Favela, parte integrante da próxima edição do evento, em setembro de 2019.

Os confrontos entre grupos de traficantes na Rocinha ocorridos durante o festival foram decisivos.

“Lembro que estava no carro a caminho do festival quando ouvi no rádio o horror que acontecia na Rocinha. Perguntei a mim mesmo: como pode um festival com 120 mil pessoas por dia estar em andamento na Barra e, na mesma cidade, um confronto entre bandidos afetar a vida de tantas pessoas na Rocinha? A favela tem tantas coisas boas, tanta gente talentosa, mas isso quase nunca aparece. Ali, naquele momento, decidi que mostraria o melhor da favela na próxima edição do festival”, explicou Medina.

Por meio de uma parceria com o Sebrae, o Viva Rio e a Central Única de Favelas (Cufa), a organização do festival vai selecionar sete atrações artísticas de favelas da cidade – cada uma receberá um cachê de R$ 50 mil. Todas vão se apresentar no Espaço Favela, um dos palcos do evento. Além disso, cinco botecos de comunidades cariocas também funcionarão no local.

Durante o lançamento, Medina disse ter consciência que a iniciativa não é, de forma alguma, solução para os problemas dos moradores das favelas.

“O que estamos fazendo é bater um tambor para chamar a atenção para essa situação. Da mesma forma como já plantamos 1,5 milhão de árvores e não resolvemos a situação de desmatamento da Amazônia. Não pretendo dar um fim aos problemas, mas mostrar que eles existem”, explicou.

A parceria com o Sebrae fará com que estudantes de áreas de estudo correlatas à organização do festival possam acompanhar o trabalho de profissionais durante a montagem da estrutura do evento e execução dos shows.

“Por exemplo, temos alunos de iluminação que poderão acompanhar o trabalho feito por iluminadores do Rock in Rio. Esses jovens já vão entrar no mercado com uma experiência profissional incrível”, avaliou o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

A curadoria dos espetáculos que farão parte do Espaço Favela será feita pelo Viva Rio e pela Cufa. Para diretor do Palco Sunset, e agora tembém responsável pelo novo local de apresentações, Zé Ricardo, este é o momento para se derrubar estereótipos.

“As favelas têm uma efervescência cultural imensa. Uma produção artística que vai muito além daquilo que a maioria das pessoas espera dessas comunidades. Nelas, há orquestras sinfônicas, grupos de Rock, bailarinos clássicos. É nossa obrigação mostrarmos toda essa diversidade no Rock in Rio”.

G1

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