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Formada pela Universidade Federal da Paraíba, Alessandra Torres é apresentadora do Jornal da Correio, da TV Correio/Record, e do programa Balanço Geral, da 98 FM, de João Pessoa.

“O Que Eu Quero É Ser Feliz”

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publicado em 04/09/2015 às 23h11
atualizado em 04/09/2015 às 20h12

Boas companhias parecem que nunca deixam você para sempre e é isso o que acontece com amigos queridos que não convivemos com a mesma frequência, mas que sentimos estar sempre por perto, seja numa música, num pôr-do-sol ou em algum texto. Há alguns anos, tive uma maravilhosa e culta companhia de trabalho, a querida Ana Karla Albuquerque,uma dessas pessoas leves e, até fisicamente, suave.

Essa semana, lendo um texto dessa dileta amiga sobre o afogamento da criancinha síria, deparei-me com uma definição fantástica do que é a felicidade eAna não sabia ao certo quem era o autor das sábias palavras: “Ninguém conseguirá ser genuinamente feliz em um mundo que ainda prive totalmente outros humanos da felicidade.”

Profundo e certeiro, esse desabafo define o que passamos, todo terror da intolerância e das consequências de colonizações desumanas por séculos, dononsense sobre o sofrimento alheio, de como cada vez mais enfiamos a cabeça na terra para enxergar apenas o que desejamos.

O verdadeiro êxodo que acontece para a Europa de países, na maioria das vezes, devastados por guerras e intolerância, como também aqui na América do Sul, ainda que em menor escala, porém com o mesmo pânico e desespero, não pode ser analisado fria e objetivamente, precisa-se do coração e também de muito estômago para se defrontar com cenas diárias da aflição de famílias em busca de paz, de trabalho, de dignidade.

A criança síria encontrada morta na costa da Turquia paralisa qualquer um que veja a imagem. Da família desse verdadeiro anjinho, só sobreviveu o pai, a mãe e o irmão dele também morreram na tentativa de alcançar a costa da Grécia. Diariamente, e principalmente à noite, dezenas, centenas de pessoas se arriscam em busca da chance de uma vida melhor. Diariamente, esse problema parecia muito distante de todos nós, mas aquele bebê morto, com pouco mais de um ano de vida, aproximou o desespero da fuga para o mundo.

E se a Economia, a priori uma ciência humana, já que estuda a atividade, a distribuição e o consumo de bens e serviços, não entender que precisa voltar-se para essa verve humanitária, o caos reinará, afinal, a influência da sociedade é vital para movê-la e as necessidades e anseios dessa mesma sociedade é que trazem, além das prioridades básicas, a busca pela realização de outros desejos.

Então, busquemos acolher, tolerar e ajudar cada vez, começando por quem está perto e perpetuando com esses gestos uma corrente de exemplos da essência da nossa humanidade, pois como escreveu com maestria o virtuoso compositor Tom Jobim: “Fundamental é mesmo o amor; É impossível ser feliz sozinho”.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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